Nas ruas da capital Djamena, sob fortes medidas de segurança, a maioria dos habitantes parece pouco interessada nessas eleições "já decididas" e tenta com muita dificuldade chegar ao fim do mês, entre cortes de água e eletricidade, às vezes por vários dias seguidos.
Os resultados provisórios estão previstos para 25 de abril e os definitivos para 15 de maio.
Há meses o governo proíbe sistematicamente as "marchas pacíficas por uma alternativa" que os partidos da oposição mais radical tentam organizar todo sábado.
A temida polícia anti-distúrbios dispersa à força cada tentativa de manifestação, que reúne apenas algumas dezenas de convencidos ou imprudentes. A ONG Human Rights Watch acusou na quinta-feira as forças de segurança de levarem adiante uma "repressão impecável".
No sábado, as ruas de Djamena estavam calmas. As forças de ordem patrulharam toda a cidade em caminhonetes, veículos blindados e enormes caminhões com canhões de água.
Os soldados da elite da Guarda Republicana, a temível guarda pretoriana do governo, foram enviados para os lugares mais sensíveis, e as forças de ordem vigiam as sedes dos partidos que pediram o boicote das eleições e convocaram manifestações contra o presidente.
A campanha do marechal Déby está focada na "paz e na segurança", da qual ele clama ser o arquiteto em seu país mas também em uma região conflituosa: o Chade, situado entre a Líbia, o Sudão e a República Centro-Africana, entre outros países, é um contribuinte de peso na guerra contra os extremistas no Sahel ao enviar tropas para o Mali e, às vezes, para a Nigéria.
A participação é a única incógnita da eleição. No último ato de campanha na sexta-feira, o chefe de Estado pediu aos seus seguidores que "votem em massa". Cerca de 7,3 milhões de eleitores, de uma população de 15 milhões, estão convocados às urnas. As forças de segurança, a polícia e o Exército votaram no sábado.
Há dois meses, 15 partidos da oposição reunidos em uma Aliança impulsionaram um "candidato único" para enfrentar Déby, mas esse plano foi frustrado.
No total, seis candidatos desafiam o presidente: Félix Nialbé Romadoumngar, Albert Pahimi Padacké, Théophile Yombombe Madjitoloum, Baltazar Aladoum Djarma, Brice Mbaïmon Guedmbaye e a primeira mulher candidata na história do Chade, Lydie Beassemda.