"Quem poderia imaginar que a primeira denúncia contra a minha colônia seria por causa do Corão?", disse o opositor em sua do Instagram. Navalny está em greve de fome desde 31 de março em protesto pelas suas más condições de detenção.
Além disso, ele denunciou que os livros que levou consigo quando foi preso, no início de março, ainda não foram entregues a ele porque devem ser "controlados por questões de extremismo", um trâmite que normalmente dura três meses.
"Você vai verificar se o Corão é extremista? Isso é estúpido e ilegal (...). Portanto, escrevi uma petição ao diretor e apresentei uma denúncia", acrescentou.
Criticado pela suas posições racistas na década de 2000 e por ter participado de manifestações da extrema direita, Navalny explicou que tomou a decisão de "estudar profundamente e compreender o Corão" durante sua prisão.
"Todos ao meu redor estão discutindo sobre o Islã e os muçulmanos e 99% dos que falam não sabem absolutamente nada a respeito. Mas eu decidi que me tornaria um campeão do Corão entre os políticos russos não-muçulmanos", escreveu.
Sua esposa, Yulia Navalnaya, disse nesta terça-feira que o visitou e que ficou "preocupada" com o opositor, que está doente e em greve de fome, depois de tê-lo visto através de um vidro e ter falado com ele ao telefone.
"Está alegre e jovial, mas tem dificuldade para falar e de vez em quando, desligava [o telefone] para descansar na mesa", disse Navalnaya no Instagram.
"Eu sei que ele não vai desistir (...) mas depois dessa visita, estou ainda mais preocupada com ele".
Navalny cumpre uma pena de dois anos e meio por um caso de fraude em 2014, visto por ele como um pretexto para prendê-lo, apesar do Kremlin negar várias vezes.
Ele deixou de se alimentar para denunciar as condições de sua prisão e a rejeição por parte das autoridades para fornecer tratamento médico adequado, afirmando aos seus advogados que sofre uma hérnia de disco dupla. Na segunda-feira, ele acusou as autoridades de tentarem forçá-lo a se alimentar.
MOSCOU