O presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã desta quinta-feira (15/4), pelo Twitter, que a Argentina vive um "toque de recolher" entre "20h e 8h". Horas depois, o presidente argentino, Alberto Fernández, rebateu a informação, dizendo que Bolsonaro precisaria antes conhecer a Constituição local e negando que exista toque de recolher no país.
"Exército Argentino nas ruas para manter o povo em casa", escreveu Bolsonaro. A mensagem acompanhou título do meio Infobae, segundo a qual o Exército argentino "sairá às ruas para controlar o descumprimento das medidas drásticas anunciadas pelo presidente". Na verdade, a Argentina anunciou que forças federais atuarão para impedir a circulação entre 20h e 6h, a partir desta sexta-feira, a fim de controlar o quadro da pandemia da COVID-19 no país, diante de uma piora recente na emergência de saúde.
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Bolsonaro e Fernández têm uma relação atribulada. O brasileiro declarou apoio ao rival do kirchnerista na campanha eleitoral do vizinho e não foi à posse do argentino, que tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner. Fernández ainda celebrou vitórias judiciais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que desagradou o atual líder brasileiro. Em meados de março, Bolsonaro desistiu de uma viagem à Argentina para as comemorações dos 30 anos do Mercosul, após Fernández ter comemorado no Twitter o fato de Lula ter recuperado seus direitos políticos.