A sessão plenária do Congresso começou às 09h30. São necessários 80 votos para tirar Vizcarra da corrida, um número que provavelmente vai ser alcançado.
Vizcarra e o advogado Fernando Ugaz não estão presentes na sessão virtual.
O ex-presidente, que foi o mais votado das eleições do Congresso de domingo com mais de 165.000 votos, não poderá ocupar seu cargo no próximo Congresso se for desqualificado.
A comissão permanente do Congresso aprovou há oito dias a acusação de desqualificação por 26 votos a favor, sem votos contra ou abstenções.
Também aprovou a desqualificação para exercer cargos públicos de duas ex-ministras do atual presidente interino Francisco Sagasti, Pilar Mazzetti (Saúde, por oito anos) e Elizabeth Astete (Relações Exteriores, por um ano).
A chefe do Congresso, a oficialista Mirtha Vásquez, presidiu a sessão da comissão permanente, na qual o legislador Alí Mamani expôs o caso contra Vizcarra, acusado de ter se vacinado de forma irregular contra a covid-19, com sua esposa e seu irmão, semanas antes de ser destituído.
Vizcarra admitiu que recebeu duas doses da vacina chinesa da Sinopharm antes que fosse aprovada em dezembro pelas autoridades de saúde, mas nega que o fez de forma irregular. O ex-presidente afirma que ele, sua esposa e seu irmão foram voluntários do ensaio clínico.
Essas declarações, no entanto, foram desmentidas pelo chefe do ensaio clínico, o médico Germán Málaga, que também enfrenta acusações e foi destituído de seu cargo.
As duas ministras renunciaram em fevereiro depois que foi revelado que faziam parte de um grupo selecionado de 470 pessoas que se vacinaram irregularmente. Entre essas pessoas há funcionários, diplomatas, empresários, familiares do médico Málaga e o núncio do Vaticano.
O Ministério Público abriu em fevereiro uma investigação contra Vizcarra e outras pessoas pelo caso das vacinas.
Além disso, Vizcarra é alvo de uma investigação por suposta corrupção quando era governador da região sulista de Moguegua, de 2011 a 2014.
O MP solicitou prisão preventiva contra ele, mas a Justiça considerou o pedido "infundado", apesar de ter proibido Vizcarra de sair de Lima sem autorização e de ter imposto uma garantia de 27.000 dólares.
O ex-presidente (2018-2020) insiste que é inocente nas acusações de corrupção.
Por este caso, o Congresso o destituiu em 9 de novembro em um julgamento político relâmpago, que desencadeou protestos violentos com saldo de dois mortos e quase cem feridos. No período de cinco dias, o Peru teve três presidentes em meio aos embates da pandemia.