A decolagem está programada para 22 de abril às 6h11 local (7h11 de Brasília) do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
A missão, chamada Crew-2, inclui dois astronautas americanos, Shane Kimbrough e Megan McArthur, o japonês Akihiko Hoshide e o francês Thomas Pesquet, da Agência Espacial Europeia (ESA). Todos eles já estiveram no espaço.
A ESA apelidou a missão de "Alpha", em referência a Alpha Centauri, o sistema estelar mais próximo do nosso sistema solar.
A SpaceX, fundada por Elon Musk, reafirmou-se como a fornecedora preferida da Nasa para o transporte espacial, à medida que a cápsula Starliner da Boeing acumula atrasos em seus voos de teste.
O sucesso do primeiro voo de teste tripulado da SpaceX em maio de 2020 quebrou o monopólio russo dos voos para a ISS e devolveu aos Estados Unidos a capacidade de alcançar esse feito, depois que o programa de ônibus espaciais "Shuttle" foi encerrado em 2011.
O voo de quinta-feira reutilizará o foguete da primeira missão Crew-1, e a espaçonave Crew Dragon será a mesma do voo de teste.
Pesquet disse a repórteres que sua presença ressaltava o compromisso da Europa com os voos e com a exploração espacial.
"É importante para nós como agência (espacial), porque fazemos parte do programa da ISS há 20 anos e pretendemos participar do que vai acontecer a seguir", disse o francês, referindo-se especialmente ao programa de voos tripulados à Lua, Artemis.
- Estação cheia -
Pesquet também transmitiu à AFP sua empolgação com a ideia de viajar na cápsula Crew Dragon - totalmente autônoma e futurística -, muito diferente das naves russas Soyuz que conhece.
"A forma como está distribuída é simplesmente fantástica, você sabe o que está acontecendo o tempo todo", disse. "A Soyuz é incrivelmente confiável, mas você tinha que entender todas as informações (...) espalhadas".
"Por isso o treinamento foi muito mais longo", explicou.
Os quatro astronautas vão conviver na ISS com a tripulação da Crew-1 alguns dias antes que esta retorne de sua missão de seis meses.
Com a presença adicional de três russos, a estação ficará excepcionalmente cheia, com 11 pessoas a bordo.
Pesquet e seu colega japonês Hoshide planejam enriquecer as refeições com pratos típicos de seus países. Assim, o francês revelou que haveria crepes suzette no cardápio.
Durante a missão, a equipe terá a tarefa de conduzir vários experimentos científicos. Entre eles, de acordo com Pesquet, o exame dos efeitos da gravidade zero sobre organoides cerebrais (minicérebros criados em laboratório).
Os cientistas esperam que esta pesquisa possa ajudar as agências espaciais a se prepararem para missões que exporão as equipes humanas às dificuldades do espaço por longos períodos de tempo e até mesmo ajudarão a combater doenças cerebrais na Terra.
Outra parte importante da missão será atualizar o sistema de energia solar da estação, instalando novos painéis compactos que se desdobram como um enorme tapete de ioga.
O lançamento da Crew-2 coincide com o Dia da Terra e, ao retornar, no outono, terá contribuído para a pesquisa ambiental ao tirar 1,5 milhão de imagens de fenômenos como o crescimento de algas e iluminação artificial à noite.
WASHINGTON