De acordo com a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), um oficial sírio morreu e três soldados ficaram gravemente feridos no bombardeio israelense.
"Um míssil terra-ar identificado como proveniente da Síria caiu no Neguev. Em represália (...), o exército israelense bombardeou a bateria desde a qual o míssil foi lançado e outras baterias sírias de mísseis terra-ar", disse o exército israelense em uma breve mensagem.
Segundo a agência oficial síria Sana, o exército israelense lançou mísseis das colinas de Golã "contra posições nas imediações de Damasco".
"Nossa bateria de defesa antiaérea interceptou mísseis e fez cair a maioria deles nesta agressão que causou ferimentos em quatro soldados e alguns danos materiais", acrescentou a agência síria, citando uma fonte militar local.
Mas o OSDH informou que o ataque provocou baixas entre as forças sírias.
"Um oficial das forças do regime com patente de tenente morreu nos bombardeios israelenses [...] Outros três membros das forças sírias foram gravemente feridos", anunciou a ONG.
O OSDH também afirmou que os bombardeios atingiram uma base da defesa antiaérea em Dmeir, cidade que fica 40 km ao nordeste da capital síria, Damasco, onde teriam sido armazenadas armas pertencentes a milícias pró-Irã.
Os bombardeios "destruíram" baterias de defesa antiaérea, segundo a ONG.
Anteriormente, o exército israelense havia indicado que as sirenes que alertam para ataques potenciais foram ativadas perto da localidade beduína de Abu Qrenat, situada a alguns quilômetros da central de Dimona.
Israel nunca reconheceu que dispõe de um arsenal nuclear, mas especialistas estrangeiros, que se baseiam em particular no testemunho de Mordechai Vanunu, um ex-técnico nuclear israelense, garantem que o Estado hebreu dispõe de 100 a 300 ogivas nucleares.
O míssil caiu em uma área aberta e não provocou vítimas ou danos, afirmou à AFP uma fonte militar israelense. A imprensa de Israel indicou que o míssil não tinha como alvo a central de Dimona.
O exército israelense não informou a localização exata da queda do míssil, mas um fotógrafo da AFP constatou uma grande presença de forças de segurança na área de Ashalim, a 40 km de Dimona, na região do Neguev.
Desde o início da guerra na Síria, em 2011, o Estado hebreu realizou centenas de bombardeios contra posições do poder sírio e seus aliados, as tropas iranianas e combatentes do Hezbollah libanês.
Israel assegura que tenta evitar que seu principal inimigo, o Irã, consiga se implantar na Síria, país fronteiriço com o Estado hebreu. Apesar de o exército israelense realizou centenas de bombardeios na Síria, em raras ocasiões os reconheceu publicamente.
A maioria dos disparos da Síria foram interceptados pelo escudo antimísseis israelense "Cúpula de Ferro".
O lançamento do míssil a partir da Síria aconteceu em um momento de grande tensão entre Israel e Irã, que prometeu "vingança" há 10 dias, depois que a central de enriquecimento de urânio de Natanz foi sabotada, segundo Teerã, por Israel.
JERUSALÉM