Lopes Gomes, que foi a primeira dançarina negra a ingressar no maior grupo de dança da Alemanha, deveria inicialmente deixar a companhia em junho, após não ter seu contrato renovado pela direção.
A dançarina de 29 anos denunciou na justiça que havia sido vítima de comentários racistas de um de seus superiores.
Ela o acusou de querer forçá-la a usar maquiagem branca.
Mas no final seu contrato "será renovado por uma temporada adicional e terminará no final da temporada informou o balé em um comunicado, depois que ambas as partes chegaram a um acordo amigável perante um tribunal de Berlim.
A bailarina receberá ainda uma indenização de 16 mil euros.
"Esta é uma pequena vitória, mas um grande passo para o mundo do balé", disse Lopes Gomes.
"Acho que isso vai trazer uma grande mudança", acrescentou a artista, comprometida com o combate ao racismo no balé clássico.
Christiane Theobald, diretora interina do Balé Estatal, reconheceu que o litígio com a dançarina negra foi "um apelo ao despertar" deste tipo de discriminação em uma disciplina artística composta principalmente por brancos.
Além disso, frisou que a companhia aplica "uma política de tolerância zero ao racismo e a qualquer outra forma de discriminação".
A Ópera de Paris anunciou em fevereiro que revisaria as condições para a contratação de artistas não brancos e que nomearia um "líder da diversidade", seguindo os passos da Ópera Metropolitana de Nova York.
BERLIM