A atriz veterana, que costuma interpretar personagens anticonformistas que, como ela, tentam sacudir os valores tradicionais profundamente arraigados na sociedade sul-coreana, superou Maria Bakalova ("Borat 2: Fita de Cinema Seguinte"), Glenn Close ("Era Uma Vez um Sonho"), Olivia Colman ("Meu Pai") e Amanda Seyfried ("Mank").
"Como posso ganhar de Glenn Close?", perguntou Youn ao receber a estatueta em Los Angeles. "Interpretamos papéis diferentes. Não podemos competir uma com a outra. Esta noite tive um pouco de sorte".
Desde o início de sua prolífica carreira, há mais de meio século, Youn preferiu personagens femininos provocativos e singulares.
Em "Minari", também indicado ao Oscar de melhor filme, ela dá vida à avó de um adolescente que tenta se integrar no estado rural americano do Arkansas.
Bong Joon-hon, que venceu no ano passado o Oscar de melhor direção com "Parasita", acredita que foi "o personagem mais belo que interpretou" e a página americana especializada IndieWire qualificou sua atuação como "totalmente extraordinária".
"Minari" parece ter começado com o pé direito para conhecer o mesmo sucesso de "Parasita", a sátira corrosiva sobre as desigualdades sociais na Coreia do Sul, que no ano passado levou o Oscar de melhor filme em língua estrangeira.
Youn, que assegura que "não ama a competição", considera que "esta indicação tem tanto valor quanto o próprio prêmio".
"Estou feliz de que nos Estados Unidos se interessem pela senhora Youn. É um tesouro", disse no ano passado Lee Isaac Chung, diretor de "Minari" no festival de Busan.
Nascida em 1947 em Kaesong, cidade situada atualmente na Coreia do Norte, ela estreou no cinema em 1971 sob a direção do cineasta de vanguarda Kim Ki-young, cujo trabalho continua inspirando sul-coreanos como Bong.