Jornal Estado de Minas

NOVA YORK

FBI realiza busca no apartamento de Giuliani em Nova York

A polícia federal americana (FBI) revistou o apartamento em Nova York de Rudy Giuliani, ex-prefeito da cidade e ex-advogado pessoal de Donald Trump, dentro de uma investigação sobre suas atividades na Ucrânia, informou a imprensa americana nesta quarta-feira (28).



De acordo com o "New York Times", que cita fontes anônimas, o mandado de busca foi emitido por promotores federais em Manhattan e durante a mesma "dispositivos eletrônicos" foram apreendidos. Nem os promotores, nem o FBI, confirmaram a informação.

Na porta da casa do pai, Andrew Giuliani classificou a busca de "extremamente perturbadora", "nojenta", "absolutamente absurda" e acusou o Departamento de Justiça de ter agido por motivos políticos.

"É a continuação da polarização do Departamento de Justiça, o que deve acabar. Se isso pode acontecer com o ex-advogado do presidente, pode acontecer com qualquer americano. Basta", disse o filho de Giuliani a repórteres.

Andrew Giuliani não entrou em detalhes sobre o que foi apreendido, mas afirmou que os agentes federais ignoraram "a única peça incriminadora" encontrada no apartamento, uma aparente alusão a um disco rígido de computador que pertencia ao filho do presidente americano Joe Biden, Hunter Biden.

Durante a campanha eleitoral, o movimento pró-Trump apresentou aquela peça como prova de que o então candidato interveio ilegalmente em favor de seu filho.

Os promotores federais investigam as atividades de lobby de Giuliani na Ucrânia há meses e, mais especificamente, a possibilidade de que ele tenha advogado em favor de funcionários e empresários ucranianos durante o governo Trump em 2019, de acordo com meios de comunicação.



Giuliani, 76 anos, que também atuou como promotor federal em Manhattan, não foi acusado pela promotoria, que não se pronunciou oficialmente sobre a investigação. Mas no outono de 2019, ele foi pego no coração do escândalo ucraniano que abalou a presidência de Trump. Seus esforços para convencer Kiev a entregar informações comprometedoras sobre Joe Biden vieram à tona e ajudaram a colocar Trump em um julgamento de impeachment, que o presidente contornou com sucesso.

- Busca negada durante governo Trump -

Os promotores já haviam tentado, durante o governo Trump, obter um mandado de busca para obter os telefones de Giuliani, mas autoridades do Departamento de Justiça se opuseram, segundo a imprensa. O ex-prefeito de Nova York é um dos maiores apoiadores de Trump e afirma que a eleição presidencial de 2020 foi fraudada em favor de Biden.

Dois homens que trabalharam para Giuliani na Ucrânia - Lev Parnas e Igor Fruman - também foram acusados em Nova York, no fim de 2019, de violar as leis de financiamento de campanha. Seu julgamento deve começar em outubro. O Departamento do Tesouro também puniu em janeiro quatro ucranianos que ajudaram Giuliani em seus esforços, acusando os mesmos de interferência eleitoral.

O ex-advogado pessoal de Trump Michael Cohen foi acusado de evasão fiscal e violação das leis de financiamento eleitoral. Ele se declarou culpado e foi condenado a três anos de prisão no fim de 2018.

Cohen se alegrou com os problemas de seu sucessor. "Como já disse muitas vezes: todos eles serão responsabilizados por seus erros", tuitou nesta quarta-feira.



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