A iniciativa, promovida pela deputada Zulay Rodríguez, do Partido Revolucionário Democrático (Social-Democrata), governista, tem como objetivo deportar "os estrangeiros que manifestarem publicamente ofensas e insultos à nacionalidade panamenha", embora não especifique o tipo de ofensas.
Este projeto "está carregado de ódio, ressentimento e alguns respingos de sentimento xenófobo", afirmou à AFP, nesta quarta-feira, Rafael Rodríguez, presidente da Associação de Moradores e Naturalizados do Panamá (Arena).
Os migrantes temem que qualquer simples opinião ou disputa de rua possa terminar em uma deportação, independentemente do status do migrante, que pode perder o emprego ou ser forçado a se separar de sua família.
"Se um estrangeiro disser que não acha que as plantas ou flores do Panamá são as mais bonitas ou que não gosta de sancocho [prato local] ou de tal comida, então há ofensa e deportação", ressalta Rafael Rodríguez.
No entanto, a deputada Rodríguez alega que o projeto visa "apresentar uma reforma abrangente da legislação de imigração" mais "de acordo com a realidade" para "defender nosso país e nossos cidadãos".
"Não se trata de sermos xenófobos", acrescentou a legisladora em sua proposta.
Desde 2008, o Panamá, com 4,2 milhões de habitantes, concedeu mais de 180.000 autorizações de residência, das quais quase um quarto foram para venezuelanos, cujo país é afetado por uma crise social e econômica.
Sua presença gerou conflitos esporádicos com alguns panamenhos, que acusam esses estrangeiros de "tirarem" seus empregos e zombarem do país que os acolhe, denúncias mencionadas pela deputada Rodríguez.
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