Giuliani declarou ao canal Fox News que tudo o que foi confiscado vai provar que ele não violou as leis federais quando ajudou Trump a buscar informações comprometedoras contra Biden sobre a Ucrânia em 2019, durante a campanha eleitoral.
"A evidência prova que o presidente e eu, e todos nós, somos inocentes", disse Giuliani.
Ele também acusou o Departamento de Justiça de ter emitido uma "ordem ilegal" e de "espionagem" contra ele para ter acesso a informações privilegiadas entre advogado e cliente, "violando flagrantemente meus direitos constitucionais".
"São táticas conhecidas apenas em uma ditadura", completou.
A polícia federal realizou um mandado de busca na quarta-feira no apartamento do ex-prefeito de Nova York e em um escritório, e confiscou vários dispositivos eletrônicos.
Os promotores federais investigam há meses as atividades de lobby de Giuliani na Ucrânia, especificamente a possibilidade de que advogou a favor de funcionários e empresários ucranianos no governo de Trump em 2019, em troca de pagamentos.
Giuliani, um ex-procurador geral de 76 anos, se esforçou durante meses para encontrar informações na Ucrânia que comprometessem o filho do presidente Joe Biden, Hunter Biden, para prejudicar a campanha eleitoral de seu pai.
Trump foi submetido a um processo de impeachment em dezembro de 2019 por buscar ajuda política na Ucrânia, mas escapou com sucesso.
Entrevistado pela Fox Business, o ex-presidente dos Estados Unidos afirmou que a operação é "muito, muito injusta" e denunciou "um padrão duplo".
"Rudy Giuliani é um grande patriota. Simplesmente ama o seu país, e invadiram seu apartamento", disse Trump.
Questionado sobre a operação pelo canal NBC, o presidente Biden disse que não estava a par do caso nem da operação.
O governo Trump "politizou tanto o Departamento de Justiça, tantos deles renunciaram, tantos se foram", disse Biden.
"Não é o papel do presidente dizer quem será processado, quando será processado, quem não deve ser processado (...) O Departamento de Justiça é o advogado do povo, não o advogado do presidente", completou.
Giuliani não foi acusado formalmente pela Procuradoria, que também não se pronunciou oficialmente sobre a busca.
Dois homens que trabalharam para Giuliani na Ucrânia, Lev Parnas e Igor Fruman, foram acusados em Nova York no final de 2019 de violar as leis de financiamento de campanhas. O julgamento deles deve começar em outubro.
O filho de Giuliani, Andrew Giuliani, disse na quarta-feira que a operação foi motivada por razões políticas.
O FBI e o Departamento da Justiça não quiseram comentar a busca.
NOVA YORK