De acordo com os serviços de comunicação do quirguiz Sadyr Japarov e de seu colega tadjique Emomali Rakhmov, os dois abordaram a aplicação da trégua, anunciada na quinta-feira.
Em três dias, os combates deixaram 33 mortos e 120 feridos, segundo as autoridades do Quirguistão. O Tadjiquistão, país autoritário e fechado, anunciou até o momento apenas dois feridos.
Horas antes da ligação, o Quirguistão acusou o exército tadjique de atirar neste sábado contra residências no distrito de Leilik, na região fronteiriça de Batken.
Em um comunicado, o Comitê Nacional de Segurança quirguiz acrescenta que o exército do país vizinho aproximou soldados da fronteira e abriu fogo contra veículos que estavam em uma estrada que é objeto de disputa.
Os dois países têm divergências pela demarcação de extensos territórios durante a época da União Soviética, em particular no que diz respeito à divisão do fértil vale de Fergana, que também compartilham com o Uzbequistão.
O traçado das fronteiras separou alguns grupos de seu país de origem.
Neste sábado, em Bishkek, capital do Quirguistão, milhares de pessoas se reuniram diante de edifícios oficiais para pedir armas ao governo e lutar na fronteira.
Em um comunicado, o Comitê Nacional de Segurança rejeitou a demanda para evitar "graves consequências".
Os combates desta semana explodiram ao redor do enclave tadjique de Voruj, em território quirguiz, uma zona montanhosa e pobre, onde os incidentes são frequentes, mas que nunca haviam registrado tal intensidade.
Os dois países anunciaram uma "trégua completa" a partir das 20H00 (11H00 de Brasília) de quinta-feira e a "retirada de tropas para suas posições anteriores".
Os contatos entre os dois países prosseguem e os dois presidentes concordaram em organizar uma reunião em breve.
Ao mesmo tempo, a Rússia, principal potência regional, se ofereceu para mediar uma solução ao conflito.
BISHKEK