Das cidades às áreas rurais mais remotas do país, Mianmar está mergulhada no caos e na violência desde o golpe de Estado de 1º de fevereiro contra o governo civil de Aung San Suu Kyi.
Também se intensificaram os confrontos entre o Exército e as minorias étnicas no norte e no leste também aumentaram, o que provocou o deslocamento de dezenas de milhares de civis, segundo a ONU.
Nesta segunda-feira, o Exército pela Independência Kachin (KIA) disse ter derrubado um helicóptero perto da cidade de Momauk, no extremo-norte do país.
Os militares "usaram caças e helicópteros de combate para atacar nossas tropas [que] responderam ao fogo e derrubaram o aparelho", disse o porta-voz do KIA, coronel Naw Bu, à AFP.
O junta militar não respondeu às tentativas de contato da AFP.
A mobilização não arrefece, e milhares de grevistas continuam paralisando setores inteiros da economia.
No domingo (2), os manifestantes marcharam por todo país, especialmente em Yangon e Mandalay (centro).
As forças de segurança abriram fogo e mataram pelo menos cinco civis, segundo a Associação de Assistência aos Presos Políticos (AAPP). Esta ONG contabiliza quase 770 pessoas assassinadas nos últimos três meses.
A junta divulga, por sua vez, um número de mortos muito menor e atribui a violência aos "agitadores" que cometem "atos de terrorismo".
Mais de 3.500 pessoas estão detidas, incluindo dezenas de jornalistas.
Hoje, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, as embaixadas de Estados Unidos, União Europeia, Austrália, Grã-Bretanha, França e Alemanha emitiram uma declaração, na qual condenaram o tratamento dado aos jornalistas em Mianmar, que se tornaram "alvo de repressão".
YANGON