Jornal Estado de Minas

NAÇÕES UNIDAS

Nobel da Paz exige justiça após ONU determinar 'genocídio' contra yazidis no Iraque

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2018, Nadia Murad, pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas nesta segunda-feira (10) que encaminhasse o grupo Estado Islâmico ao Tribunal Penal Internacional depois que investigadores da ONU concluíram que os extremistas cometeram um "genocídio" contra colonos Yazidi no Iraque.



"Tribunais internacionais são necessários para lidar com a escala universal de crimes contra a humanidade cometidos pelo EI", disse Murad.

"Pedimos que se encaminhe este genocídio ao TPI ou se estabeleça um tribunal de tratados. É hora de a comunidade internacional fazer mais. É hora de agir", acrescentou a Prêmio Nobel, também vítima da violência do Estado Islâmico.

Murad se referia ao último relatório de um grupo de investigadores da ONU, liderado por Karim Asad Ahmad Khan - o próximo procurador-geral do TPI - criado em 2017 para investigar crimes cometidos pelo movimento jihadista.

"As evidências coletadas pelo Sr. Khan e sua equipe confirmaram a conclusão alcançada pelas Nações Unidas em 2016. Os crimes do EI contra yazidis constituem genocídio", disse Murad.

"O Conselho deve agora priorizar e acelerar ações concretas para lidar com os resultados encontrados", acrescentou.

O relatório, divulgado nesta segunda-feira, concluiu as investigações sobre os ataques à comunidade Yazidi na região de Sinjar e o massacre de cadetes desarmados e militares na Academia Aérea de Tikrit em junho de 2014.

Khan disse em uma entrevista coletiva onde apresentou as descobertas de que havia "evidências claras e convincentes de que o EI cometeu genocídio contra a comunidade Yazidi como grupo religioso".

O EI, derrotado no Iraque no final de 2017, deixou mais de 200 valas comuns naquele território, que podem conter até 12 mil corpos, segundo a ONU.



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