"Tribunais internacionais são necessários para lidar com a escala universal de crimes contra a humanidade cometidos pelo EI", disse Murad.
"Pedimos que se encaminhe este genocídio ao TPI ou se estabeleça um tribunal de tratados. É hora de a comunidade internacional fazer mais. É hora de agir", acrescentou a Prêmio Nobel, também vítima da violência do Estado Islâmico.
Murad se referia ao último relatório de um grupo de investigadores da ONU, liderado por Karim Asad Ahmad Khan - o próximo procurador-geral do TPI - criado em 2017 para investigar crimes cometidos pelo movimento jihadista.
"As evidências coletadas pelo Sr. Khan e sua equipe confirmaram a conclusão alcançada pelas Nações Unidas em 2016. Os crimes do EI contra yazidis constituem genocídio", disse Murad.
"O Conselho deve agora priorizar e acelerar ações concretas para lidar com os resultados encontrados", acrescentou.
O relatório, divulgado nesta segunda-feira, concluiu as investigações sobre os ataques à comunidade Yazidi na região de Sinjar e o massacre de cadetes desarmados e militares na Academia Aérea de Tikrit em junho de 2014.
Khan disse em uma entrevista coletiva onde apresentou as descobertas de que havia "evidências claras e convincentes de que o EI cometeu genocídio contra a comunidade Yazidi como grupo religioso".
O EI, derrotado no Iraque no final de 2017, deixou mais de 200 valas comuns naquele território, que podem conter até 12 mil corpos, segundo a ONU.
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