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Estado de Minas MOSCOU

Tiroteio em escola na região central da Rússia deixa nove mortos


11/05/2021 14:28 - atualizado 11/05/2021 14:31

Nove pessoas, incluindo sete alunos, morreram nesta terça-feira (11) em um tiroteio em uma escola de Kazan, cidade na região central da Rússia, onde as forças de segurança prenderam um jovem de 19 anos apontado como o atirador.

Imagens divulgadas por testemunhas nas redes sociais mostram crianças e adolescentes pulando pelas janelas do edifício de três andares para fugir do tiroteio.

Em outras, é possível ver pessoas ensanguentadas deitadas na grama, recebendo primeiros socorros.

O assassino matou nove pessoas, informou Rustam Minnikhanov, presidente do Tatarstan, a república muçulmana russa que tem Kazan como capital.

Outras 20 pessoas, 18 crianças e dois adultos, foram hospitalizadas, informaram as autoridades regionais à AFP. "Seis menores de idade se encontram em estado grave e na UTI", disse o porta-voz do governo local, Lazat Jaydarov.

De acordo com a agência de notícias local Tatar-inform, as vítimas hospitalizadas têm entre sete e 62 anos.

Grupos de pessoas colocaram flores, brinquedos e velas em frente à escola.

Andrei Stepanov, um vizinho, disse à AFP que ouviu "uma explosão muito alta" e que inicialmente acreditou que fosse um vazamento de gás. "Então eu ouvi os tiros", explicou ele.

"Estamos chocados", acrescentou Maria Mashkova, de 33 anos, cujo filho estuda no centro, mas estava fora da classe no momento do ataque.

- "O pior pecado" -

O presidente russo, Vladimir Putin, expressou pêsames às famílias das vítimas e ordenou uma revisão às regras de porte de armas no país, informou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

O Grande Mufti da Rússia, Ravil Gaïnoutdine, "condenou com ira as ações" de um criminoso e denunciou "o pior pecado aos olhos do Todo-Poderoso: o assassinato de inocentes".

"O agressor foi detido e sua identidade foi estabelecida. É um morador local, nascido em 2001", afirmou o Comitê de Investigação da Rússia em um comunicado.

Uma investigação foi iniciada por "assassinato e as autoridades descartam no momento uma motivação de natureza "terrorista", destaca a nota.

"Ele tinha permissão para o porte de arma", disse Minnikhanov.

O governo determinou um minuto de silêncio nesta terça-feira e o mesmo acontecerá nas partidas da Copa de futebol da Rússia programadas para domingo.

- "Odeio todos" -

Um vídeo divulgado nas redes sociais e exibido em canais de televisão mostra o suposto atirador, um jovem sem camisa e ensanguentado deitado em uma cela, alegando ter premeditado seu ato porque "odeia a todos" e dizendo que era "Deus".

A imprensa russa identificou o atirador como Ilnaz Galiaviev.

Em uma foto ele aparece com roupas paramilitares, com uma corrente no pescoço com a palavra "Deus" em russo em letras vermelhas.

O instituto TISBI, onde ele estudava, afirmou que o jovem, considerado "calmo e não agressivo", foi expulso por não comparecer às provas.

Ele obteve porte de armas em 28 de abril e, segundo a imprensa local, estava com um fuzil de fabricação turca Hatsan, o mesmo utilizado em um massacre em uma escola da Crimeia em 2018.

O ataque começou às 9H30 locais (3H30 de Brasília). O agressor abriu fogo contra os alunos da escola N° 175, que, segundo informações oficiais, tem 1.049 estudantes e 57 funcionários.

Kazan, cidade de mais de 1,2 milhão de habitantes, fica 700 quilômetros ao leste de Moscou.

- Casos precedentes -

Este é o tiroteio mais grave em uma escola da Rússia desde 2018, onde este tipo de tragédia é relativamente raro e onde o controle de armas é estrito.

Os incidentes violentos com estudantes, no entanto, aumentaram nos últimos anos.

O tiroteio recorda o de outubro de 2018, quando um estudante do Ensino Médio matou 19 pessoas antes de cometer suicídio em uma escola de Kerch, cidade da outrora península ucraniana da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

Na época, Putin atribuiu o massacre à "globalização", ao afirmar que o fenômeno dos tiroteios em escolas tem origem nos Estados Unidos.

As autoridades também afirmaram ter frustrado nos últimos anos dezenas de planos para atacar escolas, casos que geralmente envolvem adolescentes.


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