Jornal Estado de Minas

GIVATAYIM

Medo nos arredores de Tel Aviv, alvo dos foguetes do Hamas

Os moradores de Givatayim, nos arredores de Tel Aviv, nunca haviam sofrido um ataque de foguetes da Faixa de Gaza, experiência da qual escaparam sem vítimas nesta quarta-feira(12), mas que os deixou apavorados.



Mais de 1.000 foguetes foram disparados por grupos armados palestinos da Faixa de Gaza contra Israel desde a noite de segunda-feira, de acordo com o exército israelense.

Enquanto isso, o movimento islâmico armado Hamas, que controla o enclave, afirmou ter lançado centenas em direção à metrópole costeira de Tel Aviv.

"Por volta das 20h45 (terça-feira), as sirenes soaram e ouvi explosões muito próximas e altas. Fui até a escada e liguei imediatamente para minha filha, que havia saído para correr", diz Galit Bialobopolo, 50 anos.

Um foguete atingiu o prédio em frente ao de Bialobopolo, mas a onda de choque da explosão foi sentida até mesmo em seu apartamento, que foi seriamente danificado, contatou uma equipe da AFP.

"Todas as janelas da minha casa foram quebradas e as paredes rachadas", diz a mulher, ainda em estado de choque.

É a primeira vez que um míssil atinge Givatayim, explica Adi Sagi, porta-voz do município, acrescentando que seis pessoas ficaram levemente feridas neste tranquilo e verde subúrbio de Tel Aviv.



Até agora, o centro de Israel não foi afetado pelos frequentes disparos de foguetes da Faixa de Gaza, que geralmente caem principalmente no sul ou são interceptados pelo sistema de defesa aérea.

Na manhã desta quarta-feira, Omer, de 27 anos, contemplou com desolação os vidros que cobrem o asfalto de sua rua, mas principalmente os apartamentos de um prédio à sua frente, completamente destruídos.

"Estou com medo pelos próximos dias", diz o jovem.

- "Traumático" -

Quando ouviram as sirenes, Omer e seu colega de quarto verificaram se todos estavam bem em seu prédio, antes de entrar no abrigo subterrâneo.

"Tem uma senhora que mora sozinha, nós a transferimos para o abrigo", explica. "Ouvimos crianças e suas mães gritando. É traumático, ainda não aceito", diz ele.

Na terça-feira à noite, o Hamas advertiu que atacaria firmemente o Estado judeu após a destruição pela Força Aérea israelense de um prédio em Gaza, onde havia escritórios de oficiais do movimento islâmico.

Depois de um ataque a outro prédio em Gaza, o grupo retaliou disparando uma enxurrada de foguetes contra Tel Aviv. Desde segunda-feira, cinco pessoas foram mortas por foguetes contra Israel e dezenas de outras ficaram feridas, segundo a polícia e os serviços de emergência.



Em Gaza, pelo menos 53 pessoas foram mortas em bombardeios israelenses, incluindo 14 crianças, de acordo com as autoridades locais.

No entanto, esse surto de violência, o pior dos últimos anos, não impressionou Shai Amir, que se lembra dos mísseis disparados pelo Iraque contra Israel em 1991 durante a Guerra do Golfo.

"Usávamos máscaras de gás", lembra este homem de 46 anos, que quando adolescente viveu em um kibutz no centro de Israel.

"Claro, temos que continuar nos cuidando e descer para os abrigos", disse o morador de Givatayim.

"Mas, é a nossa realidade e continuo a vivê-la, não há outra opção, esta é a minha casa", acrescenta.

Para acabar com esta situação, não há outra opção a não ser entrar em discussões políticas com o "inimigo" palestino Hamas.

"As pessoas lá (em Gaza) e aqui devem poder viver em paz", continuou ele.

"E isso é responsabilidade dos governos", acrescentou.

audima