Ambas, segundo a chamada "Solução de Dois Estados" deveriam formar um Estado palestino, coexistindo com o judeu, mas esta possibilidade parece mais distante do que nunca, como consequência da expansão das colônias judaicas nos territórios palestinos.
- Ocupação -
Governada por quatro séculos pelo Império Otomano, a Palestina passou em 1922 a mandato da Grã-Bretanha, comprometida a criar no território um "lar nacional judaico". Mas Londres se deparou com a grande revolta árabe da Palestina entre 1936 e 1939 e, a partir de 1945, com a luta armada de grupos sionistas clandestinos.
Em 1947, a ONU votou a favor da divisão da Palestina em dois Estados independentes, um árabe e outro judeu, com uma zona internacional ao redor de Jerusalém.
Mas, no dia seguinte da proclamação do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948, os países árabes entraram em guerra contra este. Ao final do conflito, Israel ocupava 78% do que foi a Palestina sob mandato britânico, e mais da metade da população palestina - umas 760.000 pessoas - pegou o caminho do êxodo.
Durante o conflito árabe-israelense de 1967, Israel ocupou as Colinas de Golã sírias, o Sinai egípcio, a Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém oriental, que mais tarde seria anexada.
- Cisjordânia -
Situada a leste do Sinai e a oeste da Jordânia, a Cisjordânia, com uma superfície de 5.655 km2, está ocupada pelo exército israelense há mais de meio século.
Após os Acordos de Oslo sobre a autonomia palestina, assinados em 1993, o líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, retorna aos territórios ocupados e estabelece a Autoridade Palestina. Em 2005, Mahmud Abbas o sucede.
Mas a Autoridade apenas exerce poderes limitados sobre cerca de 40% da Cisjordânia, principalmente nos centros urbanos. Israel, que controla todos os acessos, administra 60% do território, assim como as colônias.
Dividida em setores pelo exército israelense, a Cisjordânia está cercada a oeste pela barreira de separação, um muro que Israel começou a construir em 2002 para impedir, segundo argumentou, os ataques palestinos.
Cerca de 475.000 colonos israelenses vivem em implantações, consideradas ilegais segundo o Direito internacional, na Cisjordânia, junto a cerca de 2,8 milhões de palestinos.
- Jerusalém Oriental -
Israel, que tomou o controle da parte oriental de Jerusalém às custas da Cisjordânia durante a guerra de 1967, proclamou em 1980 a cidade como sua "capital eterna e indivisível". A comunidade internacional nunca reconheceu esta anexação e os palestinos veem Jerusalém oriental como a capital de seu futuro Estado.
Ao final de 2017, o então presidente americano, Donald Trump, reconheceu Jerusalém como capital de Israel, desencadeando a revolta dos palestinos.
Situada em Jerusalém oriental, a Cidade Velha abriga os locais santos para as três religiões monoteístas. Dominando a cidade, a Esplanada das Mesquitas, chamada Monte do Templo pelos judeus, é o terceiro lugar sagrado do Islã. Na parte baixa fica o Muro das Lamentações, o local de oração mais sagrado do judaísmo, e a igreja do Santo Sepulcro, o santuário mais importante do cristianismo.
Mais de 300.000 palestinos - considerados por Israel como residentes e não cidadãos plenos - vivem em Jerusalém oriental, assim como 210.000 colonos judeus, cuja presença é considerada ilegal pelo Direito internacional.
- A Faixa de Gaza -
A Faixa de Gaza limita ao norte e a leste com o território israelense, a oeste com o mar Mediterrâneo e ao sul com o Egito. Trata-se de um enclave estreito de apenas 362 km2, com 41 km de comprimento e 6 a 12 km de largura, onde vivem amontoados dois milhões de palestinos.
Em 2005, o exército israelense se retirou do enclave palestino, antes de lhe impor um bloqueio terrestre, aéreo e marítimo, reforçado em 2007, quando o movimento islamita Hamas assumiu o poder após combates fratricidas com o Fatah, de Mahmud Abbas.
Desde então, o Hamas e Israel se enfrentaram em três guerras (2008, 2012 e 2014).
O território é minado pelo desemprego, que beira os 50% segundo o Banco Mundial (BM). Mais de dois terços de seus habitantes dependem da ajuda humanitária e um em cada dois vive abaixo do limite da pobreza.