Jornal Estado de Minas

LONDRES

Confusão no Reino Unido sobre viagens ao exterior

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, foi forçado, nesta quarta-feira (19), a defender as restrições decretadas por seu governo às viagens internacionais em razão da pandemia, após ser acusado de causar confusão.



O líder da oposição trabalhista, Keir Starmer, acusou o Executivo de dar instruções contraditórias aos cidadãos ao reabrir as fronteiras, enquanto aconselhava as pessoas a não sair de férias no exterior, exceto para alguns destinos.

"Estamos tentando parar de legislar para tudo e confiar nas recomendações que pedem às pessoas que façam a coisa certa", disse Johnson ao Parlamento durante a sessão de perguntas semanais.

Desde segunda-feira, as restrições às viagens internacionais estabelecidas para impedir a importação de casos e variantes do coronavírus foram relaxadas.

O governo estabeleceu um sistema que classifica os países em três categorias (verde, âmbar e vermelha) de acordo com a sua situação sanitária.

Apenas alguns países, como Portugal, foram incluídos na "lista verde", que permite aos turistas evitar a quarentena e fazer um único teste para a covid-19 no seu regresso.

Mas os destinos mais populares para os turistas britânicos, como Espanha, Itália, França e Grécia, estão na lista âmbar, o que requer uma quarentena de dez dias em casa e dois testes de covid-19 pagos do próprio bolso.



Os britânicos e residentes que retornam de países da "lista vermelha", que inclui toda a América do Sul, devem passar 11 noites em um hotel de quarentena às suas custas, a um custo de 1.750 libras (2.500 dólares).

Mas, nos últimos dias, quando questionados, vários ministros expressaram opiniões diferentes sobre se os britânicos podem ou não viajar para os destinos da lista âmbar, semeando confusão.

As instruções são "muito claras", disse Johnson nesta quarta-feira: "Você não deve viajar para um país da lista âmbar, exceto em circunstâncias extremas, como uma doença grave em um membro da família".

O Reino Unido, o país da Europa mais atingido pela pandemia, com quase 128.000 mortes, viu sua situação de saúde melhorar notavelmente após um longo e rígido confinamento e uma campanha de vacinação em que 70% dos adultos já receberam a primeira dose.

Isso levou o Executivo a manter seu roteiro de desconfinamento, apesar dos recentes surtos detectados no país da variante indiana do coronavírus.

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