"Em um momento em que bombas fabricadas nos Estados Unidos estão devastando Gaza e matando mulheres e crianças, simplesmente não podemos permitir que outra grande venda de armas ocorra sem nem mesmo haver um debate no Congresso", escreveu o senador.
Os Estados Unidos são o maior fornecedor de equipamento militar para Israel. O Congresso americano foi formalmente informado em 5 de maio de uma venda de armas ao ministério da Defesa israelense por um total de 735 milhões de dólares.
Sanders, uma figura da esquerda americana, pode levar a resolução à votação mesmo sem o acordo do líder da maioria no Senado, Chuck Schumer. Mas parece improvável que o texto obtenha os 51 votos necessários para ser aprovado, já que muitos democratas não o apoiam.
Segundo as regras parlamentares, os legisladores têm até esta quinta-feira para apresentar uma resolução contra e aprová-la. Mas os defensores da resolução dizem que uma votação pode ser organizada mesmo depois dessa data.
Uma clara maioria de republicanos apoia Israel na guerra crescente contra o Hamas, que deixou pelo menos 242 mortos em dez dias, a maioria palestinos. Mas os democratas estão mais divididos, deixando o governo do presidente Joe Biden sob pressão da ala mais à esquerda de seu partido.
Na quarta-feira, parlamentares democratas, liderados pela deputada Alexandria Ocasio-Cortez e com o apoio de Rashida Tlaib, de origem palestina, apresentaram uma resolução semelhante à de Sanders na Câmara dos Deputados.
"Em um momento em que tantos, incluindo o presidente Biden, apoiam um cessar-fogo, não devemos enviar armas de 'ataque direto' ao primeiro-ministro (Benjamin) Netanyahu para prolongar a violência", disse em um comunicado.
Apesar da maioria democrata na Câmara de Representantes, este texto também tem poucas chances de ser aprovado. Os dirigentes da bancada parlamentar ainda não marcaram data para a votação.
A vasta maioria dos judeus americanos se autodenominam democratas, e o partido tradicionalmente apoia Israel, exceto por algumas vozes críticas. A conflagração entre Israel e os palestinos, no entanto, gerou mais críticas ao Estado judeu entre os democratas moderados.
Biden endureceu seu tom na quarta-feira com Netanyahu, pedindo uma redução imediata dos ataques.