"Vamos jogar luz sobre todas as circunstâncias que envolveram a tragédia. Criamos um comitê especial para isto", afirmou o ministro dos Transportes, Enrico Giovannini, em uma entrevista no local do acidente.
O Ministério Público de Milão abriu uma investigação por "homicídio culposo e negligência".
O único sobrevivente da tragédia é um menino de cinco anos. Ele está hospitalizado em Turim, com traumatismo cranioencefálico e fratura nas pernas.
"Seu estado é crítico, mas temos esperanças. As próximas 48 horas são cruciais", disse o diretor do hospital, Giovanni La Valle, ao jornal La Repubblica.
Os funerais das vítimas israelenses vão ser na quarta-feira em Israel, segundo informou o presidente da comunidade judaica de Milão, Milo Hasnabi.
O acidente aconteceu no domingo (23), a 100 metros da última estação do teleférico que percorria o trajeto do lago Maior até a montanha de Mottarone, de 1.490 metros de altitude.
De acordo com as equipes de resgate, a tragédia teria sido provocada pela ruptura de um cabo de carga, o que provocou a queda da cabine com 15 pessoas em seu interior.
A cabine desabou de uma altura de 15 metros e depois rolou por uma parte da ladeira, antes de bater em uma árvore.
As autoridades descartaram um problema de sobrecarga, pois as cabines podem transportar mais de 35 passageiros.
O acidente aconteceu no dia em que a Itália autorizou a abertura das instalações para turistas em toda península, após meses de fechamento pelas restrições impostas pela pandemia da covid-19.
Muitas críticas foram feitas ao estado das infraestruturas em todo país, e muitas pessoas recordaram o colapso da ponte Morandi, em Gênova, em 2018, que deixou 43 mortos.
"É evidente que em nosso país algo não funciona na área de controle de segurança do transporte", comentou Carlo Rienzi, presidente da Codacons, a maior associação de consumidores do país.
"Temos uma rede de infraestruturas antigas, do pós-guerra, da época do boom econômico (de 1960 a 1970)", recordou à AFP Gianpaolo Rosati, professor de Tecnologia da Construção do Instituto Politécnico de Milão.
O ministro dos Transportes se reuniu nesta segunda-feira com autoridades locais e regionais.
"Todas as instituições estão trabalhando juntas, não apenas para evitar que isto se repita, mas também para ajudar os afetados e seus familiares (...) É importante entender a dinâmica do que aconteceu", declarou.
"Trata-se de suposições, mas acredito que aconteceu um problema duplo: a ruptura do cabo e o mau funcionamento do freio de emergência", afirmou o comandante regional dos socorristas, Matteo Gasparini, citado pelo jornal La Stampa.
"Não sabemos por que o freio não foi acionado", completou.
O teleférico acidentado ficou fechado entre 2014 e 2016 para trabalhos de reforma e manutenção.
STRESA