O massacre foi realizado na noite passada e atribuído à guerrilha pelo Comando Conjunto das Forças Armadas. O caso pode aumentar a tensão na campanha para o segundo turno das eleições presidenciais, em 6 de junho, entre o esquerdista Pedro Castillo e a direitista Keiko Fujimori.
As 14 pessoas foram mortas na aldeia de San Miguel del Ene, localizada no distrito de Vizcatán del Ene, de 5 mil habitantes. "Foram encontrados no local panfletos ordenando à população que não participe do processo eleitoral", informou o Comando Conjunto, que atribuiu o ataque a uma coluna senderista comandada por Víctor Quispe Palomino ("Camarada José").
O prefeito de Vizcatán del Ene, Alejandro Atao, e o juiz de paz Leonidas Casas contaram à polícia que, após serem alertados por vizinhos, nesta madrugada, foram até os bares, onde encontraram os 14 corpos. "Na área de caixa dos estabelecimentos, foi observada uma fumaça que vinha de quatro corpos, entre eles o de duas crianças carbonizadas, irreconhecíveis", indica um relatório policial.
Quase todos os líderes do Sendero Luminoso estão presos, mas seus remanescentes, comandados pelo Camarada José, ainda atuam no maior vale de cultivo de folha de coca do Peru, sob vigilância militar desde 2006. Partidários de Keiko tentam relacionar Castillo ao braço político do Sendero, o que o candidato nega.
Os líderes históricos da guerrilha, que estão presos, afirmam que a facção não opera sob seu comando e negam laços com o narcotráfico.