As lembranças do acidente com o teleférico no Norte da Itália, nesse domingo (23/05), não deixaram o socorrista Matteo Gasparini dormir. Ele foi um dos primeiros a chegar no local da tragédia que matou 14 pessoas.
“A cena dos corpos das crianças não me deixou dormir esta noite. É como se uma bomba tivesse explodido, os corpos estavam espalhados pelo chão, alguns até a 30 metros de onde a cabana caiu”, relatou.
Cristiano L’Altrella, que estava na equipe de Matteo, descreveu o cenário como “um inferno”. “Havia cinco pessoas, empilhadas umas em cima das outras. Apenas um respirou, o que estava acima dos outros. Tentamos de todas as maneiras salvá-lo. Também não consigo descrever o que vi, forte demais”, disse.
O acidente
O acidente aconteceu nesse domingo (23/05), a 100 metros da última estação do teleférico que percorria o trajeto do lago Maior até a montanha de Mottarone, de 1.490 metros de altitude.
De acordo com as equipes de resgate, a tragédia teria sido provocada pela ruptura de um cabo de carga, o que provocou a queda da cabine com 15 pessoas em seu interior.
A cabine desabou de uma altura de 15 metros e depois rolou por uma parte da ladeira, antes de bater em uma árvore. As autoridades descartaram um problema de sobrecarga, pois as cabines podem transportar mais de 35 passageiros.
O acidente aconteceu no dia em que a Itália autorizou a abertura das instalações para turistas em toda a península, após meses de fechamento pelas restrições impostas pela pandemia da COVID-19. O teleférico acidentado ficou fechado entre 2014 e 2016 para trabalhos de reforma e manutenção.