Pouco depois da entrada em vigor do cessar-fogo, às 2h da última sexta-feira, que encerrou 11 dias de um intenso conflito, dois jornalistas da redação da AFP em Gaza receberam anúncios do WhatsApp em árabe, informando que suas contas estavam bloqueadas.
Outros jornalistas, em Jerusalém, Gaza e na Cisjordânia ocupada, também relataram que suas contas foram bloqueadas. Uma equipe do canal de notícias do Catar Al Jazeera afirmou que suas contas foram reabertas depois de reclamarem com o Facebook, proprietário do WhatsApp.
O vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas Palestinos, Tahseen al-Astall, observou que "cerca de 100 jornalistas" em Gaza tiveram a conta bloqueada.
Como parte de uma cobertura equilibrada do conflito entre Israel e o Hamas, jornalistas em Gaza recebem via WhatsApp comunicados da organização islâmica palestina, apesar de estar na lista da União Europeia e dos Estados Unidos de "grupos e entidades envolvidos no atos terroristas".
O Centro Árabe de Desenvolvimento de Redes Sociais disse que o bloqueio de contas do WhatsApp não é um incidente isolado. Em um novo relatório, o grupo baseado em Haifa documentou 500 casos, nos quais os "direitos digitais" dos palestinos foram violados entre 6 e 19 de maio.
A mídia social é uma ferramenta importante para os palestinos, muitos dos quais acreditam que a cobertura da imprensa tradicional não reflete a realidade da crise que estão enfrentando devido à ocupação israelense de Jerusalém Oriental e da Cisjordânia, e do bloqueio a Gaza.
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