Preso em janeiro após retornar da Alemanha, onde se recuperava de um envenenamento do qual acusa o Kremlin, o opositor e ativista anticorrupção foi condenado a dois anos e meio de prisão por um caso de fraude de 2014. Segundo ele, trata-se uma invenção.
Navalny, de 44 anos, cumpre pena na região de Vladimir, a cerca de 100 quilômetros de Moscou. Em abril, iniciou uma greve de fome de 24 dias para protestar contra as condições de sua prisão, conhecida como uma das mais duras da Rússia.
As denúncias examinadas na quarta-feira se referem à recusa da administração desta colônia penal a lhe entregar livros enviados por seus familiares, incluindo o Alcorão, que ele diz querer estudar, assim como à censura dos jornais que recebe.
"É uma situação estranha", disse Navalny, sorrindo, mas com o rosto contraído, enquanto falava por videoconferência em um tribunal em Petushki, na região de Vladimir.
"Gostaria que eles me dessem os livros que me enviaram", pediu.
Desde a prisão de Navalny, as autoridades começaram a desmantelar suas organizações, e vários de seus principais membros fugiram para o exterior.
No momento, a Justiça analisa um pedido da Promotoria para classificar as organizações de Navalny como "extremistas". O Parlamento se prepara, por sua vez, para proibir membros de grupos enquadrados nesta categoria de participarem das eleições legislativas de setembro próximo.