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Estado de Minas VATICANO

Solidariedade: papa beija a tatuagem de uma sobrevivente do Holocausto

Lidia Maksymowicz, de 81 anos, é polonesa, foi deportada em 1943 para o campo de Auschwitz com menos de três anos, e foi uma das vítimas de Josef Mengele


26/05/2021 11:07 - atualizado 26/05/2021 11:40

(foto: AFP PHOTO / VATICAN MEDIA)
(foto: AFP PHOTO / VATICAN MEDIA)
O papa Francisco beijou, nesta quarta-feira (26/5), o número de detenção tatuado no braço de uma sobrevivente do Holocausto, durante a audiência geral realizada no Vaticano, em um gesto espontâneo de solidariedade.

Lidia Maksymowicz, de 81 anos, polonesa de origem bielorrussa, deportada em 1943 para o campo de Auschwitz Birkenau quando tinha menos de três anos de idade, também foi vítima das experiências do criminoso de guerra Josef Mengele.

Entre os presentes na audiência realizada ao ar livre, a idosa aproveitou para cumprimentar o pontífice no final do encontro.

Depois de trocarem algumas palavras, ela puxou a manga para mostrar ao sumo pontífice a tatuagem com o número 70072, marcada pelos nazistas quando ela entrou no campo de concentração.

O papa argentino se inclinou para beijá-la, e a sobrevivente, comovida, abraçou-o espontaneamente.

"Com o Santo Padre nos entendemos com um olhar, nenhuma palavra foi necessária", confidenciou a senhora depois de seu encontro com o papa, segundo o portal de notícias do Vaticano.

Entre os últimos sobreviventes dos campos de concentração nazistas, Maksymowicz está na Itália como convidada da associação "Memória Viva" para contar aos jovens seu testemunho, coletado em um documentário intitulado "A menina que não sabia odiar".

Submetida a horríveis experimentos médicos do dr. Mengele, como inoculação de vírus, vacinas e venenos, a senhora considera um dever contar sua história para que ela não se repita.

"Todas as crianças sabiam quem era Mengele e tinham medo dele. Considero que tenho a missão de contar minha história, devo isso a quem morreu", confessou durante um encontro virtual com centenas de jovens italianos.

"Sou uma das poucas sobreviventes. Mais de 200.000 crianças morreram lá", frisou.

Adotada e salva por uma família polonesa após sua libertação em 1945, ela encontrou sua verdadeira mãe na Rússia em 1962, graças às tatuagens.

O pontífice latino-americano, que tem entre seus amigos mais próximos vários judeus argentinos, esteve em 29 de julho de 2016 nos campos de Auschwitz e Birkenau, na Polônia, uma das visitas mais emocionantes de seu pontificado.


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