Nesta sexta-feira, o governo alemão reconheceu que cometeu um "genocídio" contra os hereros e namas da Namíbia e anunciou que repassará um bilhão de euros ao país para ajudar no desenvolvimento.
"A aceitação por parte da Alemanha de que um genocídio foi cometido é um primeiro passo na direção correta", declarou à AFP Alfredo Hengari, porta-voz do presidente namibiano Hage Geingob.
"É a base da segunda etapa, que consiste em pedir desculpas e prever uma reparação", disse.
O presidente da Namíbia organizará nas próximas semanas encontros com autoridades das comunidades de hereros e namas, sobre as "modalidades de aplicação do que foi estabelecido com a Alemanha", disse Hengari.
O ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, elogiou nesta sexta-feira um "acordo" com a Namíbia depois de cinco anos de negociações, sobre o que aconteceu no país africano colonizado pela Alemanha entre 1884 e 1915.
"Com o ponto de vista atual, hoje qualificaremos estes acontecimentos pelo que são: um genocídio", destacou Maas em um comunicado.
Os colonos alemães mataram dezenas de milhares de hereros e namas durante os massacres executados entre 1904 e 1908, considerados por vários historiadores como o primeiro genocídio do século XX.
Os crimes abalam há muitos anos as relações entre os dois países. As autoridades da Namíbia exigiam um pedido oficial de desculpas da Alemanha e uma compensação, mas o governo alemão era contrário e alegava que milhões de dólares foram repassados à Namíbia desde sua independência em 1990 para contribuir com seu desenvolvimento.
As tribos herero representam atualmente quase 7% da população do país, contra 40% no início do século XX.
WINDHOEK