A vacina chinesa contra a COVID-19 CoronaVac reduz em 97% a mortalidade por essa doença, segundo os resultados preliminares de um estudo publicado na quinta-feira (27) e realizado entre a população uruguaia.
Já a vacina da americana Pfizer, que é aplicada exclusivamente em grupos de risco neste país sul-americano, chegou a 80% de redução da mortalidade.
"A redução da mortalidade de COVID-19, decorridos mais de 14 dias desde a última dose da vacina, é de 97% para Coronavac e 80% para Pfizer", aponta o 'Estudo de eficácia da vacinação contra SARS-CoV-2 no Uruguai em 2021', realizado pelo Ministério da Saúde Pública (MSP).
As porcentagens não são estritamente comparáveis, já que no Uruguai a Pfizer está reservada para os maiores de 70 anos, profissionais da saúde e pessoas com comorbidades. O restante da população recebe a Sinovac.
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Ministério define ordem de vacinação de profissionais da EducaçãoCom 8% da população com duas doses, SP decide vacinar apenas os moradoresAnvisa autoriza que vacina da Pfizer fique em geladeira comum por 31 diasO estudo do governo uruguaio mostra, por outro lado, uma maior eficácia da vacina americana para impedir os contágios e as hospitalizações.
O relatório indica que, do número total de 712.716 pessoas totalmente imunizadas com Coronavac em 25 de maio, 5.360 testaram positivo para coronavírus. Dessas pessoas, 19 precisaram de internação em UTI e 6 faleceram.
Da mesma forma, do total de pessoas completamente imunizadas com a vacina da Pfizer na mesma data (149.329), 691 foram infectadas com COVID, apenas uma necessitou de hospitalização no CTI e 8 morreram. O relatório esclarece que, neste caso, todos tinham mais de 80 anos.
Em percentuais, a redução de casos com a vacina do laboratório chinês Sinovac é de 57% e com a Pfizer é de 75%.
Enquanto isso, o relatório observou uma eficácia de 95% para a CoronaVac e 99% para a Pfizer em hospitalizações em unidades de terapia intensiva.
O estudo esclarece que os números são preliminares e "devem ser interpretados com cautela, pois não levam em consideração a idade das pessoas, suas comorbidades e grupos de alta exposição", como os funcionários da saúde. Esses ajustes estatísticos serão comunicados em relatórios futuros.
Exemplo de gestão no início da pandemia, o Uruguai, de 3,5 milhões de habitantes e que nunca recorreu ao confinamento e mantém grande parte de suas atividades abertas, vive o pior momento da crise sanitária.
Com 21,5 mortes a cada 100.000 habitantes nos últimos 14 dias, o Uruguai lidera o ranking mundial de mortes por COVID-19, seguido pelo Paraguai e Argentina, de acordo com uma contagem da AFP com base em dados oficiais.
O governo do presidente Luis Lacalle Pou aposta todas as fichas na vacinação, que vem progredindo intensamente desde o seu início, em 1º de março.
Atualmente, 47% da população já recebeu a primeira dose da vacina e 28% a segunda.