Jornal Estado de Minas

ESTUDO

Aquecimento global tem relação com quase 40% das mortes por calor no mundo

Mais de um terço das mortes causadas pelo calor em todo o mundo estão diretamente ligadas ao aquecimento global. É o que mostra um estudo divulgado nesta segunda-feira (31/5) na revista Nature Climate Change.



Os pesquisadores analisaram mortes em decorrência do calor, entre 1991 e 2018, em 732 cidades e concluíram que 37% delas aconteceram por causa das altas temperaturas causadas pelo homem. 

 

São cerca de 9.700 pessoas mortas, por ano apenas nas cidades analisadas. Os resultados foram divulgados também pela agência de notícias americana Associated Press. 


As cidades da América do Sul detêm o maior percentual de mortes por calor em razão de mudanças climáticas. São Paulo lidera a lista, com média de 239 óbitos por ano. 

"São mortes relacionadas ao calor que realmente podem ser evitadas. É algo que causamos diretamente ", afirma Ana Vicedo-Cabrera, epidemiologista do Instituto de Medicina Social e Preventiva da Universidade de Berna, na Suíça.

Ela acredita que algumas cidades se adaptam melhor ao calor do que outras, devido a fatores culturais e condições ambientais.

"As pessoas continuam pedindo provas de que as mudanças climáticas já estão afetando nossa saúde. Este estudo responde diretamente a essa pergunta usando métodos epidemiológicos de última geração, e a quantidade de dados que os autores reuniram para análise é impressionante ", explicou Jonathan Patz, diretor do Global Health Institute da Universidade de Wisconsin

Os cientistas afirmam, porém, que essas mortes são apenas uma parte das provocadas pelo clima, já que ainda mais pessoas morrem de outros eventos extremos potencializados pelo aquecimento global, como tempestades, inundações e secas.

Os pesquisadores acreditam, ainda, que o número de mortes por calor vai aumentar ainda mais com a elevação das temperaturas. 
 
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina  




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