(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ERBIL

Três civis mortos em bombardeio turco contra campo de refugiados no Iraque


05/06/2021 10:27

Três civis foram mortos em um bombardeio turco realizado neste sábado (5) com drone contra um campo de refugiados no norte do Iraque, que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou recentemente.

Ancara acusa o Iraque de inércia e garante que não tem escolha a não ser travar sua própria guerra - em solo iraquiano - contra o Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK), um grupo rebelde que a Turquia qualifica como "terrorista".

Poucas horas antes desse bombardeio, cinco peshmergas - combatentes do Curdistão iraquiano - foram mortos em uma emboscada do PKK no monte Metin em Dohuk, uma província na fronteira com a Turquia.

O drone turco teve como alvo, de acordo com Rachad Galali, um deputado curdo de Makhmur, "um jardim de infância perto de uma escola" no campo de Makhmur, criado no final dos anos 1990 pela ONU para acolher os curdos da Turquia.

"Três civis foram mortos e dois feridos", disse ele à AFP, acrescentando que nenhuma criança havia sido morta.

No início desta semana, Erdogan mencionou o campo de Makhmur, em território iraquiano fora do Curdistão, 250 km ao sul da fronteira com a Turquia, onde Ancara acusa regularmente o PKK de fazer a lei.

Ele o comparou às montanhas Qandil, na fronteira leste do Iraque, a maior base do PKK, que desde 1984 trava uma guerra sangrenta contra o poder turco que já custou mais de 40.000 vidas.

"Para nós, a questão de Makhmur é tão importante quanto Qandil. Por quê? Porque Makhmur quase se tornou a incubadora de Qandil (...). Se não intervirmos, essa incubadora continuará a produzir (terroristas)", havia declarado o presidente turco.

- "Revolução" militar -

"Se a ONU não limpar este lugar, nós cuidaremos disso, como membros das Nações Unidas", ameaçou, enquanto seu país lidera uma nova campanha militar, aérea e terrestre, contra o PKK no Iraque desde 23 de abril.

O uso de drones por Ancara é, segundo especialistas, uma "revolução" militar, pois permitem localizar, identificar e eliminar alvos em poucos minutos.

Depois do fogo de artilharia a partir de seu solo desde 2018, a Turquia agora prefere drones, que são mais precisos para alvejar um inimigo que se move a pé ou em picapes em áreas muito acidentadas - e também mais baratos, devido à fabricação local.

Bagdá, que já perdeu dois oficiais de alto escalão em disparos de drones turcos, regularmente denuncia violações de sua soberania, enquanto a Turquia instalou uma dúzia de bases militares no Curdistão iraquiano.

O governo iraquiano convocou várias vezes o embaixador turco, mas nunca deu um passo mais drástico contra Ancara, um de seus principais parceiros comerciais.

O PKK, que se recusa a reconhecer o governo curdo iraquiano e milita por um Curdistão unificado entre Síria, Turquia, Iraque e Irã, é inimigo de Ancara, mas também de Erbil, capital do Curdistão iraquiano.

E mais uma vez, esta manhã, esta guerra fratricida entre curdos causou vítimas: cinco peshmergas curdos iraquianos mortos e dois feridos no Monte Metin em Dohuk, segundo Serbast Lazkin, vice-ministro dos Peshmergas do governo da região, autônomo desde 1991.

O PKK justificou a emboscada explicando que esses peshmergas haviam "entrado em uma zona de conflito" entre o PKK e o Exército turco "que quer ocupar o Curdistão iraquiano".


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)