Os Estados Unidos devem liderar os esforços contra as divergências na vacinação global contra a covid-19, de forma a capitanear uma recuperação forte e rápida após a pandemia, afirmou nesta quinta-feira, 10, a secretária do Departamento do Tesouro americano, Janet Yellen, em testemunho ao Subcomitê de Estado, Operações Estrangeiras e Programas Relacionados da Câmara dos Representantes dos EUA.
De acordo com Yellen, ainda há pelo menos 24 países de baixa renda no mundo que não vacinaram 99% das suas populações. Esta desigualdade na distribuição de vacinas atrasa a recuperação global e pode prejudicar também os EUA, segundo ela. "Os EUA ficarão melhores em um mundo mais rico e vacinado do que em um mundo mais pobre e não vacinado", resumiu a secretária.
O discurso da ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ocorre no contexto de solicitações de recursos do governo americano ao subcomitê, presentes na proposta orçamentária de 2022 do presidente Joe Biden.
Entre os pedidos, Yellen destacou quatro pontos em seu testemunho. Entre eles, o governo americano pede por mais dinheiro para reforçar o financiamento da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI, na sigla em inglês) do G20 e do Quadro Comum para Tratamentos de Dívida, ambas ferramentas do Grupo dos 20 (G20) destinadas a países de baixa renda.
Ela ainda ressaltou a necessidade de os EUA ampliarem em US$ 200 bilhões os repasses a órgãos multilaterais como o Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento, bem como para o Fundo de Redução da Pobreza e Crescimento, do Fundo Monetário Internacional (FMI). O orçamento também pede autorização para que os EUA cedam seus Direitos Especiais de Saque, segundo Yellen.
Por fim, a secretária diz que o país precisa ajudar nações pobres na transição energética para fontes renováveis, tanto com o uso de US$ 1 bilhão em repasses ao Tesouro como resolvendo a questão da desigualdade na imunização contra a covid-19. "Será muito mais difícil lidar com desafios futuros, como as mudanças climáticas, caso cresça a desigualdade global", concluiu Yellen.
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