Depois de sair do Observatório do Vulcão Goma (OVG), na madrugada de sexta-feira, quatro especialistas se dirigiram ao vulcão, localizado ao norte da cidade, protegidos por uma dezena de guardas-florestais armados do Parque Nacional de Virunga.
Sua missão era "usar drones e sistemas de câmeras para avaliar deslizamentos de terra e tentar determinar se a cratera está desabando", explicou Christopher Horsley, assistente técnico do OVG.
A subida de 3.470 metros foi feita pelo mesmo caminho que costumam percorrer os turistas, barrados desde a erupção do dia 22 de maio.
O percusso, que dura cerca de cinco horas, começou com uma temperatura amena. Perto do cume a vegetação é rala, coberta por uma cinza acinzentada.
As árvores ao longo do caminho foram arrancadas pela erupção ou pela atividade telúrica, que continuou por semanas depois que o grande fluxo de lava diminuiu, segundo os especialistas.
A chegada ao cume forneceu uma visão da cratera, aparentemente perto do colapso. À medida que a noite caía, restos de lava incandescente puderam ser vistos no fundo da cratera.
Um brilho vermelho também apareceu ao longe ao norte: o segundo vulcão do local, Nyamuragira, está ativo.
A equipe, que também inclui sete carregadores e dois cozinheiros, precisou dormir em pequenas cabanas para turistas, localizadas na borda da cratera.
Esta foi a segunda expedição do gênero desde a erupção de maio e seus tremores secundários, que levaram as autoridades a anteciparem o pior cenário (rios de lava no Lago Kivu e liberação de gases, metano e CO2, letais para 1,6 milhão de habitantes de Goma).
"Antes da erupção era doloroso porque não tínhamos recursos financeiros suficientes. Vínhamos de forma irregular, ou seja, mais ou menos uma vez por mês", diz Célestin Kasereka Mahinda, diretor científico do OVG.
Na manhã de sábado a descida pelas encostas das pistas durou cerca de três horas.
Foi o regresso a Goma, como dezenas de milhares de deslocados pelos Nyiragono, que regressam ao barulho e caos da cidade.