Construída com o grupo nuclear francês EDF, a central EPR de Taishan está sendo observada por um problema de impermeabilidade em um reator, mas as emissões de gases ao ar estão dentro dos limites autorizados, garantiram a EDF e a operadora chinesa CGN na segunda-feira (14).
"De acordo com as informações fornecidas pelas autoridades competentes, a situação atual na planta nuclear de Taishan cumpre os requisitos técnicos", disse o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Zhao Lijian.
"Não há nada de anormal na radioatividade ao redor da central de energia nuclear e a segurança está garantida", acrescentou Zhao.
"As centrais nucleares chinesas têm um bom histórico de operação, e não houve qualquer incidente que afete o meio ambiente, ou a saúde pública", completou Zhao, na primeira reação oficial do governo, com o objetivo de enviar um sinal de tranquilidade.
O canal CNN informou previamente que o governo americano estava examinando informações sobre um vazamento na central.
A emissora americana afirmou que a empresa francesa Framatome advertiu para uma "ameaça radiológica iminente".
A Framatome afirmou em um comunicado que está "apoiando a resolução de um problema de rendimento" no local, mas que segundo "os dados disponíveis, a central está operando dentro dos parâmetros de segurança."
A central de Taishan, que começou a operar em 2018, foi a primeira em todo o mundo a operar um reator nuclear EPR de última geração, um projeto de água pressurizada que é objeto de anos de atraso em projetos europeus similares no Reino Unido, França e Finlândia.
A central, situada na cidade de Taishan, perto da costa do sul de Guangdong e do centro financeiro de Hong Kong, tem duas unidades de EPR.
A EDF, proprietária majoritária da Framatome, afirmou em um comunicado que solicitou uma reunião extraordinária do conselho de administração da central.
O site da agência reguladora chinesa, a Administração Nacional de Segurança Nuclear, registrou apenas um incidente em Taishan nos últimos meses, ocorrido em 5 de abril, no qual uma "pequena quantidade de gás radioativo entrou inesperadamente" na tubulação impermeabilizada da primeira unidade da central.
O comunicado afirma que o incidente já foi inspecionado e que a quantidade total de gás vertido representou 0,00044% do limite de emissão anual.
Mas não está claro se o incidente de abril está relacionado com a recente situação apontada pela Framatome.
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