Jornal Estado de Minas

PARIS

Josu Ternera declara em julgamento ter cortado contato com ETA em 2006

Josu Ternera, líder histórico do ETA julgado em Paris por "associação de bandidos terroristas", disse nesta terça-feira (15) que deixou a organização separatista basca em 2006 e não teve mais contato com a mesma desde então.



O novo julgamento de Josu Antonio Urrutikoetxea Bengoetxea, seu nome verdadeiro, começou nesta terça-feira em Paris, quatro anos depois de ele ter sido condenado a oito anos de prisão por "conspiração terrorista". Ele é julgado novamente, a seu pedido, até quarta-feira, no tribunal correcional de Paris, para responder por sua atuação na ETA entre 2011 e 2013.

Desde o final dos anos 1970, Ternera foi o líder político do ETA, primeiramente inspirando uma estratégia de ataques e, depois, promovendo as negociações de paz com o Estado espanhol. Fugitivo desde 2002, foi preso em maio de 2019 no estacionamento de um hospital em Sallanches (leste), onde foi fazer um tratamento.

Uma vez que sua condenação em 2017 ocorreu em sua ausência, ele pôde solicitar um novo julgamento pessoalmente. Desde julho de 2020, cumpre prisão domiciliar com uma tornozeleira eletrônica.

Ternera, agora com 70 anos, negou as acusações. "A partir de setembro de 2006, já não pertencia mais à organização, nem ao aparato político, nem a nada", afirmou. Quanto à participação no ETA como "membro do aparato político", é falsa, acrescentou o dirigente basco. "Era membro do aparato internacional, não do aparato político", enfatizou.

audima