Jornal Estado de Minas

NOVA YORK

Megan Rapinoe é o novo rosto da Victoria's Secret

A marca de lingerie Victoria's Secret contratou como imagem da marca a futebolista americana Megan Rapinoe, sinal do desejo da empresa de romper com o modelo feminino considerado 'caricaturado'.



Victoria's Secret foi durante muito tempo referência no mercado de lingerie nos Estados Unidos, mas nos últimos anos foi substituída por marcas mais modernas que promovem abertamente a diversidade étnica e morfológica.

Criticada por promover a imagem da mulher como objeto, eternamente magra e quase sempre branca, a marca acabou abandonando em 2019 seu famoso desfile anual, considerado um evento mundial há alguns anos.

"O mundo estava mudando e demoramos muito para reagir", admitiu o novo diretor executivo do grupo, Martin Waters, em uma entrevista ao jornal The New York Times. "Tivemos que parar de pensar no que os homens queriam, para focarmos no que as mulheres queriam".

A primeira a promover esta mudança de estratégia foi a cantora Rihanna com sua marca de lingerie Savage X Fenty. Lançada em 2018, o valor da empresa alcança o bilhão de dólares, segundo uma estimativa da revista Forbes.

Em uma tentativa de se atualizar, que já teve um impacto significativo em suas vendas (-7,7% em 2019 antes do efeito pandêmico), a Victoria's Secret anunciou na quarta-feira (16) a contratação de várias mulheres que ajudem a empresa a mudar de estratégia.



Entre elas está a americana Megan Rapinoe, bi-campeã mundial de futebol, lésbica e ativista dos direitos das mulheres e da minoria LGBTQIA+.

"Muitas vezes me senti excluída pelas marcas nas indústrias de beleza e da moda", disse a jogadora do OL Reign citada em um comunicado. "E estou feliz de criar um espaço cujo espectro envolva todas as mulheres".

Outras das novas musas da marca são a atriz indiana Priyanka Chopra Jones e a modelo transgênero brasileira Valentina Sampaio.

A Victoria's Secret planeja retomar seu desfile em 2022, mas de uma forma muito diferente, disse Martin Waters ao The New York Times.

A empresa matriz da Victoria's Secret, o grupo L Brands, anunciou em maio a divisão de suas atividades, o que terá como consequência a separação da marca de lingerie do restante do grupo.

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