A Eurasia afirma que, caso os Estados Unidos e o Irã fechem um acordo nuclear antes de Ebrahim Raisi assumir, em 3 de agosto, o presidente eleito iraniano honrará a iniciativa. Caso isso não aconteça, Raisi terá interesse em concluí-lo rapidamente, "diante dos substanciais benefícios econômicos que ele traria", afirma a consultoria em relatório, no qual vê probabilidade de 65% de haver um acordo ainda neste ano, resultando em retiradas de algumas sanções americanas contra o país persa.
Raisi foi declarado vencedor da eleição presidencial. A Eurasia diz que o Estado interveio "de modo sem precedentes" para garantir a vitória do conservador, o que deve abalar sua legitimidade no longo prazo. O candidato vencedor estava até então na liderança do Judiciário do país e se disse publicamente favorável ao acordo nuclear, comprometendo-se a avançar logo para conseguir a retirada de sanções.
A Eurasia afirma que as crenças econômicas e políticas de linha-dura de Raisi limitarão o escopo para investimento estrangeiro significativo, caso um acordo com os EUA seja alcançado. O quadro deve isolar mais Teerã do Ocidente, indicando um recuo em relação aos anos do presidente Hassan Rouhani, acredita a consultoria.
Como riscos no cenário, a Eurasia cita eventuais distúrbios pós-eleição, que eventualmente poderiam brecar o diálogo com as potências pelo acordo nuclear com a inclusão dos EUA. Ela diz não ver sinais disso agora, mas lembra que episódios do tipo no país podem ocorrer de modo imprevisível.
Outro risco mencionado pela Eurasia é de que Raisi queira revisar o já negociado e começar as conversas do princípio. Para a consultoria, esse risco parece menor, após as declarações dele em apoio a um acordo.
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