A derrota sofrida no domingo (20/6) pela extrema direita de Marine Le Pen e pela maioria presidencial centrista de Emmanuel Macron, no primeiro turno das eleições regionais francesas, parece lançar dúvidas sobre o anunciado duelo para a presidencial de 2022.
Nem um único candidato do jovem partido presidencial República em Marcha (LREM), nem seus aliados centristas lideraram a votação em nenhuma das 13 regiões da França metropolitana.
O fracasso da estratégia presidencial foi ainda mais severo na região Provença-Alpes-Costa Azul, para onde o chefe de Estado enviou nada menos que cinco de seus ministros para a batalha.
A derrota do partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen, também foi avassaladora, com um resultado bem inferior ao previsto pelas pesquisas.
O RN ficou em primeiro lugar em uma única região contra seis nas regionais de 2015.
"É claro que estamos nos questionando", disse o vice-presidente do RN, Jordan Bardella, à rádio RMC.
"Há um segundo turno e os eleitores terão outra oportunidade de se expressar", acrescentou, ao destacar que as eleições ainda não acabaram.
Em contrapartida, para surpresa de muitos, a direita tradicional prevaleceu em seis regiões, com o partido Os Republicanos (LR) sendo a força dominante em nível nacional, enquanto a esquerda tradicional, liderada pelos socialistas, ficou em primeiro em cinco regiões.
"Tal como nas eleições municipais (de 2020), o velho mundo mostra que ainda está de pé", avaliou o cientista político Bruno Cautrès.
Trampolim para a direita tradicional?
Embora a participação historicamente baixa complique qualquer interpretação dos resultados, a boa posição no primeiro turno da direita e da esquerda tradicionais soa como um desafio ao cenário pré-traçado de um duelo Macron-Le Pen no segundo turno da eleição presidencial de 2022.
Duas figuras da direita, Xavier Bertrand e Valérie Pécresse, atuais presidentes de suas respectivas regiões e potenciais adversários da dupla Macron-Le Pen, têm uma clara vantagem em seus redutos.
E os resultados podem servir de trampolim para o próximo ano.
"É um tapa na cara de Emmanuel Macron e do Executivo", analisa o cientista político Philippe Moreau-Chevrolet, para quem a estratégia de "destruir a direita tradicional para instalar um duelo Macron-Le Pen em 2022 é um fracasso".
Depois de sua "viagem pela França" para se encontrar novamente com os franceses após a pandemia, o presidente planeja apresentar até meados de julho uma reorientação do seu mandato de cinco anos, para um projeto que vai além de 2022, segundo seu círculo próximo.
A taxa de abstenção (mais de 60%) - a mais elevada desde pelo menos 1958 - surpreendeu os observadores e levou a especulações sobre as causas.
A falta de campanha pública devido às restrições da COVID-19 parece ter desempenhado um papel, assim como o clima quente de verão que afastou as pessoas das urnas após meses de confinamento.
"São eleições marcadas pela saída da pandemia e pela indiferença dos franceses em relação ao que está em jogo nessas eleições", comentou Brice Teinturier, diretor do departamento eleitoral da Ipsos, à rádio France Inter.
"Para os franceses, o evento importante será a eleição presidencial", disse ele, contrastando o humor do país com as últimas eleições regionais de 2015, quando o país estava no auge da tensão dos ataques terroristas.
No entanto, a tendência de aumento da abstenção é evidente há anos, mesmo nas últimas eleições parlamentares e presidenciais de 2017.
Nem um único candidato do jovem partido presidencial República em Marcha (LREM), nem seus aliados centristas lideraram a votação em nenhuma das 13 regiões da França metropolitana.
O fracasso da estratégia presidencial foi ainda mais severo na região Provença-Alpes-Costa Azul, para onde o chefe de Estado enviou nada menos que cinco de seus ministros para a batalha.
A derrota do partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen, também foi avassaladora, com um resultado bem inferior ao previsto pelas pesquisas.
O RN ficou em primeiro lugar em uma única região contra seis nas regionais de 2015.
"É claro que estamos nos questionando", disse o vice-presidente do RN, Jordan Bardella, à rádio RMC.
"Há um segundo turno e os eleitores terão outra oportunidade de se expressar", acrescentou, ao destacar que as eleições ainda não acabaram.
Em contrapartida, para surpresa de muitos, a direita tradicional prevaleceu em seis regiões, com o partido Os Republicanos (LR) sendo a força dominante em nível nacional, enquanto a esquerda tradicional, liderada pelos socialistas, ficou em primeiro em cinco regiões.
"Tal como nas eleições municipais (de 2020), o velho mundo mostra que ainda está de pé", avaliou o cientista político Bruno Cautrès.
Trampolim para a direita tradicional?
Embora a participação historicamente baixa complique qualquer interpretação dos resultados, a boa posição no primeiro turno da direita e da esquerda tradicionais soa como um desafio ao cenário pré-traçado de um duelo Macron-Le Pen no segundo turno da eleição presidencial de 2022.
Duas figuras da direita, Xavier Bertrand e Valérie Pécresse, atuais presidentes de suas respectivas regiões e potenciais adversários da dupla Macron-Le Pen, têm uma clara vantagem em seus redutos.
E os resultados podem servir de trampolim para o próximo ano.
"É um tapa na cara de Emmanuel Macron e do Executivo", analisa o cientista político Philippe Moreau-Chevrolet, para quem a estratégia de "destruir a direita tradicional para instalar um duelo Macron-Le Pen em 2022 é um fracasso".
Depois de sua "viagem pela França" para se encontrar novamente com os franceses após a pandemia, o presidente planeja apresentar até meados de julho uma reorientação do seu mandato de cinco anos, para um projeto que vai além de 2022, segundo seu círculo próximo.
A taxa de abstenção (mais de 60%) - a mais elevada desde pelo menos 1958 - surpreendeu os observadores e levou a especulações sobre as causas.
A falta de campanha pública devido às restrições da COVID-19 parece ter desempenhado um papel, assim como o clima quente de verão que afastou as pessoas das urnas após meses de confinamento.
"São eleições marcadas pela saída da pandemia e pela indiferença dos franceses em relação ao que está em jogo nessas eleições", comentou Brice Teinturier, diretor do departamento eleitoral da Ipsos, à rádio France Inter.
"Para os franceses, o evento importante será a eleição presidencial", disse ele, contrastando o humor do país com as últimas eleições regionais de 2015, quando o país estava no auge da tensão dos ataques terroristas.
No entanto, a tendência de aumento da abstenção é evidente há anos, mesmo nas últimas eleições parlamentares e presidenciais de 2017.