"Pensando no bem comum do nosso país, pedimos que se mantenha o equilíbrio, a equanimidade, a prudência e o espírito verdadeiramente democrático", declarou o arcebispo de Lima e Primaz do Peru, Carlos Castillo, em um comunicado difundido no site da arquidiocese limenha.
"Invocar Deus a favor de si próprio é sempre muito perigoso", reforçou o arcebispo Castillo, citando o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolín.
Keiko Fujimori, de 46 anos, participou na noite de sábado de um comício em Lima diante de milhares de simpatizantes para pressionar a autoridade eleitoral a anular milhares de votos das eleições de 6 de junho, que ela impugnou. Ela denuncia "irregularidades" na apuração.
"Senhor, Tu que colocas e tiras reis, Te pedimos que nos ajudes a chegar aos corações e à consciência de todas essas pessoas que podem nos ajudar a guiar os peruanos para um futuro melhor", disse Fujimori ao rezar diante da multidão, segurando um crucifixo nas mãos.
"Senhor, Te pedimos que dê sabedoria às autoridades que têm que tomar uma decisão tão importante", acrescentou durante a oração.
"A política partidária divide, Deus, ao contrário, é de todos", ressaltou o arcebispo de Lima, citando o cardeal Parolín.
O comunicado faz alusão tácita a Fujimori, sem mencionar seu nome.
Os simpatizantes de Fujimori têm a esperança de que sua líder vencerá a eleição se as impugnações que ela apresentou forem aceitas.
A apuração final do segundo turno deu vantagem de 44.000 votos a seu adversário esquerdista, enquanto os Estados Unidos e observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) disseram que o processo eleitoral peruano foi limpo.
A contagem do órgão eleitoral (ONPE), que chegou a 100% há 11 dias, deu a Castillo 50,12% dos votos contra 49,87% para Fujimori.
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