No mesmo período do ano passado, quando o novo coronavírus registrou suas primeiras vítimas no país, a taxa de desemprego era de 12,6%.
Em números absolutos, havia 14,8 milhões de pessoas em busca de trabalho no período fevereiro-abril, quase 2 milhões a mais que há um ano, informou o instituto de estatística IBGE, que realiza seus estudos com base nos trimestres móveis.
O relatório mostra aumento na taxa de "subutilização" da força de trabalho (desocupados e pessoas com menos horas trabalhadas do que precisam), que em fevereiro-abril atingiu o recorde de 29,7%, diante dos 25,6% no mesmo período do ano passado.
O número de pessoas 'subutilizadas' atingiu 33,3 milhões, 4,6 milhões a mais do que há um ano.
O contingente de pessoas "desalentadas" (que deixaram de procurar trabalho por falta de oportunidades) manteve-se em torno de 6 milhões, estável em relação ao período janeiro-março deste ano, mas com um aumento interanual de 18,7%.
A economia brasileira teve uma retração no ano passado de 4,1%, e neste ano deve crescer cerca de 5%, segundo projeções oficiais e do mercado, que melhoraram nas últimas semanas principalmente por causa do dinamismo do setor agroexportador.
Se a dinâmica de recuperação e o avanço da vacinação se confirmarem, o número de pessoas que voltariam a procurar trabalho deve aumentar, segundo analistas.
E, nesse caso, "mesmo diante de uma expansão da ocupação, esta não deverá ser suficientemente forte para reduzir a taxa de desemprego", explica o IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
"Partindo-se da hipótese de que a força de trabalho já tivesse retomado o seu ritmo de crescimento anual para níveis similares aos registrados nos meses anteriores à pandemia (...), a taxa de desocupação apurada seria de 19,4%, bem acima da registrada no período (14,7%)", acrescenta o instituto.
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