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Estado de Minas WESLACO

Trump viaja à fronteira com México para criticar política migratória de Biden


30/06/2021 18:19 - atualizado 30/06/2021 18:19

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou nesta quarta-feira (30) de forma alarmista a política de imigração de seu sucessor, Joe Biden, e o fez durante uma visita à fronteira com o México onde foi "admirar" seu famoso muro.

Uma fronteira "muito perigosa", "um país doente", disse Trump com vistas a uma nova candidatura presidencial em 2024.

O republicano não perdeu sua retórica desde sua "reclusão" em suas propriedades na Flórida e Nova Jersey.

Junto com o governador do Texas, Greg Abbott, e uma delegação de parlamentares republicanos, participou de uma reunião de "segurança da fronteira" na pequena cidade de Welasco, extremo sul do estado.

"Agora temos uma fronteira aberta, muito perigosa, mais perigosa do que nunca na história do nosso país", disse. Em seguida, ele se dirigiu à fronteira que separa os Estados Unidos e o México, no vale do Rio Grande, a cerca de trinta quilômetros de distância.

"Vamos admirar o muro", disse ele.

- Desastroso -

"Construam o muro!", ouvia-se com frequência em seus comícios antes de sua eleição em 2016.

Durante seus quatro anos como presidente, aproximadamente 600 quilômetros foram levantados, embora a maioria desses trechos tenha sido apenas melhorias em cercas já existentes.

Para os republicanos, o programa do bilionário funcionou, mas a chegada de Biden à Casa Branca com a promessa de uma política de imigração "mais humana" gerou um efeito de atração ao país.

"As coisas mudaram tão rápida e profundamente sob o governo Biden. Foi incrível e desastroso", disse Abbott.

A primavera foi marcada por prisões recordes na fronteira sul dos Estados Unidos, de 3.200 quilômetros.

Em maio, cerca de 180.000 pessoas foram presas após entrarem ilegalmente, o maior número em 15 anos.

"Fizemos um excelente trabalho e em poucos meses tudo foi destruído", lamentou Donald Trump durante o encontro.

A oposição acusa a vice-presidente, Kamala Harris, responsável por gerenciar a migração irregular, de ignorar a "crise".

O governador do Texas decretou em meados de junho que o estado continuará a construir o muro fronteiriço. E a governadora republicana da Dakota do Sul, Kristi Noem, acaba de anunciar que enviará dezenas de soldados da Guarda Nacional de seu estado para a fronteira, apesar de estar a mais de 2.000 quilômetros de distância.

Os democratas acusam os republicanos de manipulação política e garantem que o aumento de migrantes na fronteira se deve a vários fatores, ao mesmo tempo em que relembram a polêmica política da separação das famílias imposta por Trump.

Sob sua Presidência, quase 4.000 crianças migrantes foram separadas de suas famílias. No início de junho, mais de 2.000 ainda não haviam se reunido com seus entes queridos.

- "Palhaços" -

"Por quatro anos, os republicanos ficaram em silêncio enquanto Trump sabotava nosso sistema migratório", afirmou o porta-voz do Partido Democrata, Ammar Moussa, nesta quarta-feira, chamando a visita do ex-presidente de um "espetáculo de palhaços".

Banido das redes sociais desde o ataque dos seus apoiadores ao Capitólio em 6 de janeiro, Trump mantém muita influência em seu partido.

E está determinado a continuar tendo peso na política americana.

Depois de meses quase em silêncio, sua agenda se acelera. O magnata do mercado imobiliário voltou a fazer comícios no último sábado, em Ohio, como início de sua campanha para as eleições parlamentares e locais de novembro de 2022.

Diante de milhares de apoiadores, ele repetiu suas acusações infundadas a respeito do "roubo" na última eleição, ao perder para Biden. E deu a entender que vai tentar uma nova candidatura nas próximas eleições presidenciais.

Ele fará outro grande comício neste sábado em Sarasota, na Flórida.


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