Jornal Estado de Minas

SURFSIDE

Flórida contabiliza 20 mortos e 128 desaparecidos após desabamento e temores de tempestade tropical

Duas novas vítimas foram encontradas depois que um prédio desabou na Flórida, incluindo a filha de um bombeiro, enquanto a busca por sobreviventes continuava sob um instável amontoado de destroços nesta sexta-feira (2), quando uma tempestade tropical ameaçava atingir a área.



As autoridades disseram que o número de mortos é de 20 e 128 pessoas continuam desaparecidas após o desabamento parcial em 24 de junho de um bloco de 12 andares do complexo Champlain Towers South, localizado na cidade de Surfside, ao norte de Miami Beach.

Dezenas de socorristas continuaram a fazer buscas no local, depois que as operações foram retomadas na tarde de quinta-feira, após uma pausa de 14 horas devido a preocupações com a segurança do local.

"Ontem à noite, recuperamos mais duas vítimas. Tragicamente, uma dessas vítimas era a filha de sete anos de um bombeiro da cidade de Miami", disse a prefeita do condado de Miami-Dade, Daniella Levine Cava, nesta sexta-feira durante uma entrevista coletiva.

"Nem é preciso dizer que todas as noites (desde o colapso) foram imensamente difíceis para todos, especialmente para as famílias afetadas, mas a noite passada foi particularmente diferente. Foi realmente diferente e mais difícil para nossos socorristas", lamentou.



O canal de televisão Local 10 informou que o corpo da menina foi entregue ao pai por equipes de resgate que o retiraram dos escombros.

Segundo a reportagem, o pai da menina cobriu o corpo da filha com uma jaqueta e colocou uma pequena bandeira americana na maca para onde ela foi transportada.

O número de pessoas de que não se tem notícia após a tragédia caiu de 140 para 128, também anunciou Levine Cava, observando que muitas pessoas que se acreditava estarem no prédio na época do desabamento foram confirmadas sãs e salvas.

As autoridades disseram que os esforços de resgate continuam sendo uma prioridade, enquanto os engenheiros avaliam a possibilidade de demolir completamente a parte do complexo que ainda está de pé.

- Elsa escurece o horizonte-

No nono dia de buscas, os primeiros socorristas, apoiados por colegas de todo o país e também de Israel e do México, continuam a trabalhar em meio ao calor sufocante, alta umidade e chuvas frequentes.

Tempestades têm dificultado o trabalho que pode ser ainda mais complicado pelas fortes chuvas da tempestade tropical Elsa nos próximos dias.



O governador da Flórida, Ron DeSantis, disse que os planos de contingência estão sendo ajustados devido à possibilidade de Elsa, que se fortaleceu na manhã de sexta-feira e se tornou um furacão sobre Barbados, impactar a área.

"Ventos com força de tempestade tropical podem começar aqui no sul da Flórida no domingo", disse Robert Molleda, do Serviço de Meteorologia dos EUA, a repórteres. "O mais provável seria segunda-feira e possivelmente até terça-feira."

Elsa é "outro obstáculo significativo no horizonte", disse o chefe dos bombeiros de Miami-Dade, Alan Cominsky, na mesma entrevista coletiva, destacando o perigo representado pelo edifício Champlain Towers South que não desabou.

O presidente dos EUA, Joe Biden, que na semana passada declarou emergência na Flórida para permitir ajuda federal, estendeu a assistência para remoção de entulhos e medidas de proteção nesta sexta-feira.

As famílias das vítimas estão vivendo um "inferno", disse o presidente na quinta-feira, quando visitou Surfside com a primeira-dama, Jill Biden, para confortar os sobreviventes e parentes das vítimas e agradecer aos socorristas.

Ninguém foi retirado com vida desde quinta-feira passada, exceto um menino de 15 anos resgatado logo após o colapso.

Entre os moradores estavam muitos latino-americanos, judeus e americanos do nordeste do país.

Um venezuelano e um uruguaio-venezuelano foram identificados entre os 20 mortos.

Nove argentinos, seis colombianos, seis paraguaios, quatro venezuelanos, três uruguaios e um chileno estão entre os desaparecidos, segundo seus consulados.

Amprensa também relata outros desaparecidos do Brasil, Cuba, Porto Rico e Venezuela.



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