Os 37 membros desta lista, cuja edição anterior remonta a 2016, "impõem uma repressão massiva por meio de máquinas de censura, prisões arbitrárias de jornalistas, ou incitação à violência contra os profissionais de imprensa", explica a RSF em um comunicado.
Alguns desses "predadores da liberdade de imprensa" são atuantes há mais de duas décadas, como o presidente sírio, Bashar al-Assad, ou o presidente russo, Vladimir Putin. Outros, como Bolsonaro, são estreantes nessa lista.
A "retórica suja e beligerante" de Bolsonaro contra a imprensa experimentou um aumento notável desde o início da crise sanitária", observa a organização, que tem sede em Paris.
Bolsonaro é um dos quatro líderes políticos latino-americanos desta lista, junto com os presidentes Nicolás Maduro (Venezuela), Daniel Ortega (Nicarágua) e Miguel Díaz-Canel (Cuba).
A edição de 2021 tem a particularidade de incluir, pela primeira vez, o primeiro-ministro de um país da União Europeia (UE), o húngaro Viktor Orban. Segundo a RSF, o premiê "não parou de trabalhar incansavelmente para se livrar efetivamente do pluralismo e da independência da mídia desde seu retorno ao poder em 2010".
Duas mulheres também aparecem na lista pela primeira vez. Uma delas é Carrie Lam, a chefe do poder Executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong desde 2017, que "provou ser uma marionete nas mãos do presidente chinês, XI Jinping", de acordo com a organização que milita pela liberdade de imprensa.
"Lam apoia abertamente as políticas liberticidas do chefe de Estado chinês, que levaram ao desaparecimento, em junho, do principal jornal independente de Hong Kong, o 'Apple Daily', e à prisão de seu fundador, Jimmy Lai", lamenta a RSF.
A segunda predadora é a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, que "aprovou em 2018 uma lei de segurança digital que levou mais de 70 jornalistas e blogueiros a julgamento".
Em 2020, a RSF publicou uma lista de "Predadores Digitais da Liberdade de Imprensa". Uma lista de predadores não-estatais está programada para ser publicada pela organização até o fim do ano.
PARIS