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Estado de Minas LONDRES

Diplomacia britânica se desculpa por ter recusado empregar homossexuais


05/07/2021 12:51

A diplomacia britânica pediu desculpas publicamente nesta segunda-feira (5) por ter proibido a contratação de homossexuais até 1991, uma abordagem "equivocada" que privou o Reino Unido de alguns de seus "melhores talentos".

Trinta anos após a suspensão dessa proibição, em julho de 1991, Philip Barton, subsecretário permanente do ministério das Relações Exteriores e chefe do serviço diplomático, se desculpou.

"Quero pedir desculpas públicas pela proibição e o impacto que teve em nossos funcionários LGBTQIA+ e seus familiares, tanto aqui no Reino Unido como no exterior", afirmou Barton em uma mensagem à equipe diplomática.

As relações entre pessoas do mesmo sexo foram descriminalizadas no Reino Unido em 1967.

Mas a proibição de contratar pessoas LGBTQIA+ foi introduzida pelo "receio" de que fossem mais "vulneráveis" à chantagem do que os heterossexuais.

Esse "receio" foi alimentado por vários escândalos de espionagem, como o de John Vassall, um funcionário gay da embaixada britânica em Moscou que caiu em uma armadilha dos soviéticos.

Eles o chantagearam e obrigaram a entregar informações confidenciais ao KGB. Vassall foi detido em 1962 e condenado a 18 anos de prisão.

"A proibição estava em vigor porque existia a 'percepção' de que as pessoas LGBTQIA+ eram mais suscetíveis de serem chantageadas do que os heterossexuais e, portanto, representariam um risco para a segurança", explicou Barton.

"Devido a esta visão errada, as carreiras foram interrompidas, encurtadas ou detidas antes que pudessem começar. Sem dúvida, o serviço diplomático perdeu alguns dos melhores talentos do Reino Unido", lamentou.

O ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, expressou sua "gratidão" aos "diplomatas britânicos do coletivo LGBTQIA+, antigos e atuais, que representam o nosso país de forma tão brilhante e promovem nossos valores em todo o mundo".

Esse pedido de desculpas público ocorre na véspera de uma conferência da Coalizão Intergovernamental pela Igualdade de Direitos, organizada pelo Reino Unido, na terça e quarta-feira.

Em fevereiro, o chefe dos serviços secretos britânicos, Richard Moore, também se desculpou publicamente pelo tratameto discriminatório aos homossexuais, que também foram excluídos do MI6 até 1991.


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