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Estado de Minas HAVANA

Tempestade Elsa deixa Cuba com chuvas e ameaça Flórida


05/07/2021 22:39 - atualizado 05/07/2021 22:43

A tempestade tropical Elsa, que deixou três mortos no Caribe, deixou Cuba nesta segunda-feira (5) sem provocar maiores danos, mas continuará castigando a ilha com fortes chuvas.

Por volta das 21h00 locais (22h00), a tempestade deixava Cuba pelo mar por um ponto perto da cidade de Santa Cruz, na província de Mayabeque, vizinha de Havana, após cruzar a ilha do sul ao norte durante sete horas, informou o Instituto Cubano de Meteorologia (Insmet).

A tempestade "tem ventos máximos sustentados de 85 km por hora" e "se move rumo ao noroeste a 20 km por hora", revelou o Centro Nacional de Furações (NHC) americano.

Depois de deixar três mortos na República Dominicana e em Santa Lúcia, Elsa entrou às 14h (15h no horário de Brasília) pelo sul da província ocidental de Matanzas, que castigou com fortes chuvas.

Como precaução, mais de 100 mil pessoas foram evacuadas em toda a ilha para locais seguros, especialmente em áreas baixas ou costeiras, uma tarefa complexa em meio à pandemia de covid-19, que está em seu pior momento desde o início.

"A proteção contra Elsa não pode significar falta de proteção contra a covid", disse hoje o primeiro-ministro Manuel Marrero, de acordo com o noticiário.

Com uma população de 11,2 milhões, Cuba registrou 207.322 casos e 1.372 mortes por covid-19 até o momento.

- Chuvas intensas -

Segundo o Insmet, o epicentro da Elsa é seguido por uma enorme massa de nuvens, o que significa que as intensas chuvas continuarão afetando as regiões oeste e central de Cuba durante as próximas 48 horas. O maior perigo é que a água caia sobre solos já saturados por precipitações.

Em Havana, que ainda espera fortes chuvas e ligeiras penetrações do mar em seu emblemático Malecón, o comércio fechou às 12h e a partir das 14h a mobilidade de seus habitantes foi restrita, exceto para os veículos à disposição da Defesa Civil e da segurança para enfrentar o evento meteorológico.

Mais de mil pessoas já foram evacuadas para centros estaduais e casas de famílias em Cárdenas (Matanzas), disse Lázaro Pedroso, da Câmara Municipal da cidade, próximo ao famoso balneário de Varadero.

Na televisão estatal, o experiente meteorologista José Rubiera avisou que Elsa "acumulou chuvas muito fortes" na sua viagem pelo mar desde o leste da ilha até ao ponto de Matanzas onde tocou terra.

A rede pluviométrica do Instituto Nacional de Recursos Hidráulicos registrou 35 acumulados acima de 50 milímetros de chuva, dos quais 10 ultrapassam 100 milímetros em 24 horas até as 8 da manhã, nas províncias de Santiago de Cuba, Granma e Sancti Spiritus.

A vila de Jibacoa, no maciço montanhoso de Manicaragua, na província central de Villa Clara, foi isolada devido às fortes chuvas, informaram as autoridades locais, embora não parece haver grandes danos na ilha.

Por outro lado, a chuva beneficiou os reservatórios da ilha, que, entre domingo e segunda-feira, receberam "um acréscimo de 68 milhões de metros cúbicos" de água, disse Argelio Fernández, especialista do INRH.

E "no caso de Havana é muito conveniente para nós (que chova), desde que não sejam chuvas muito intensas que gerem inundações", acrescentou Fernández à televisão local.

- Rumo à Florida -

Após afastar-se da ilha, Elsa se moverá esta noite e na terça-feira sobre o Golfo do México. O NHC, que alertou sobre a possibilidade da tempestade ganhar força ao longo do percurso, emitiu "uma advertência de tempestade para a costa oeste da Flórida", com um "risco de inundação" pelas próximas 48 horas.

"Alguns tornados podem ocorrer na terça-feira no sul da Flórida e na península da Flórida", completou.

O percurso de Elsa para os Estados Unidos é comum entre os ciclones que passam por Cuba na temporada do Atlântico, de 1º de junho a 30 de novembro.

Isso levou os centros meteorológicos nacionais durante alguns anos a estabelecer relações e alianças profissionais para a troca de informações, independentemente da situação das relações políticas de seus governos.

É uma questão de segurança nacional para ambos. É por isso que o Insmet cita em seus relatórios sobre Elsa informações de aeronaves de reconhecimento que não possui, fornecidas pelo NHC, que por sua vez menciona dados de um dos oito radares meteorológicos da ilha, fornecidos pelo Insmet.


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