Após a tumultuada instauração da Assembleia no domingo, com protestos do lado de fora da sede onde se realizava a cerimônia, o início dos trabalhos foi agendado para a tarde desta segunda-feira.
Mas duas horas depois do horário marcado, os constituintes começaram a se retirar, denunciando que não estavam reunidas as condições técnicas para dar início a esta primeira sessão histórica.
"O fato de não terem previsto esta situação é um pouco irritante, porque tiveram o tempo e os recursos necessários para fazê-lo", disse à AFP a constituinte Ingrid Villena.
De acordo com nota da bancada do Partido Socialista, para respeitar a capacidade devido à pandemia, quatro salas diferentes foram dispostas para reunir os 155 constituintes. Mas eles não estavam interligados e nem contavam com outros meios técnicos para que as discussões fluíssem.
"A sessão foi suspensa porque o governo de Sebastián Piñera, apesar de estarmos em uma pandemia há dois anos, não é capaz de ceder um espaço para todos trabalharmos com segurança", disse o constituinte da Lista do Povo Rodrigo Rojas.
"Não quero especular, mas acredito que a Assembleia merece uma explicação do governo, me parece irresponsável", disse o advogado e constituinte Fernando Atria.
Depois de selar a eleição da mesa da Assembleia no domingo, a primeira sessão de trabalho desta segunda-feira teve como objetivo analisar uma petição de anistia aos chamados "presos da revolta", em sua maioria jovens que cumprem prisão preventiva há mais de um ano após serem detidos nas manifestações que eclodiram a partir de 18 de outubro de 2019, em uma agitação social canalizada através do processo constitucional.
Após a suspensão desta segunda-feira, os constituintes foram convocados para voltar a se reunir nesta terça-feira.
SANTIAGO