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Estado de Minas MOSCOU

Opositor bielorrusso Viktor Babaryko é condenado a 14 anos de prisão


06/07/2021 12:22 - atualizado 06/07/2021 12:26

O opositor bielorrusso Viktor Babaryko, que pretendia disputar a eleição presidencial de 2020 contra Alexander Lukashenko, mas que foi detido semanas antes, foi condenado nesta terça-feira (6) a 14 anos de prisão por corrupção - uma "pena sem sentido", de acordo com seus simpatizantes.

"Viktor Babaryko foi condenado a 14 anos em uma colônia penitenciária de segurança máxima", afirma a conta do opositor, de 57 anos, no Twitter.

Um ex-banqueiro que decidiu iniciar carreira na política, Babaryko foi condenado pelas acusações de ter recebido subornos e de ter organizado operações de lavagem de dinheiro, segundo a ONG bielorrussa Viasna, que confirmou a condenação do Tribunal Supremo.

"É uma pena sem sentido contra uma pessoa que decidiu entrar na vida política e que se tornou um dos líderes que acordaram o país de uma longa letargia", afirmou a opositora Svetlana Tikhanovskaya, no aplicativo de mensagens Telegram.

De acordo com a acusação, ele cometeu os crimes quando dirigia o Belgazprombank, filial bielorrussa de um banco que pertence à empresa russa Gazprom.

O porta-voz da diplomacia europeia, Peter Stano, pediu a libertação de Babaryko e "dos mais de 530 presos políticos".

A embaixada dos Estados Unidos em Minsk denunciou "uma farsa cruel" por parte da Justiça de Belarus, enquanto um diplomata alemão, Barbel Kofler, destacou que Babaryko "se manteve firme e se declarou inocente, apesar da forte intimidação massiva".

O veredicto do tribunal não permite um recurso de apelação de Babaryko.

Além da pena de prisão, Barbaryko terá de pagar uma multa superior a US$ 50.000 e não poderá exercer alguns cargos de responsabilidade, relatam fontes que acompanharam a audiência.

Outros sete suspeitos, que se declararam culpados e testemunharam contra Babaryko, foram condenados a penas que variam de três a seis anos de prisão.

Uma das advogadas de defesa, Natalia Matskevia, denunciou que a investigação aconteceu sem objetividade e violou os direitos dos suspeitos.

A questionada reeleição de Lukashenko, no poder desde 1994, desencadeou um movimento de protestos que reuniu, durante meses, dezenas de milhares de manifestantes nas ruas.

O governo bielorrusso iniciou uma onda de repressão, com detenções em massa e ações judiciais contra opositores.

A colaboradora mais próxima de Babaryko, Maria Kolesnikova, uma das líderes dos protestos, foi detida. Outras duas figuras da oposição, Tikhanovskaya e Veronika Tsepkalo, forma obrigadas a partir para o exílio.

A condenação de Babaryko coincide com o aumento da pressão contra opositores, ONGs e jornalistas. As autoridades bloquearam, por exemplo, o principal meio de comunicação independente do país, o Tut.by, e prenderam uma dezena de funcionários.

Para a ONG Anistia Internacional (AI), essa condenação "obscurece ainda mais a imagem sombria de uma Belarus entre o medo e a desesperança".

Estados Unidos, União Europeia e outros países ocidentais aprovaram sanções contra autoridades bielorrussas e contra importantes setores econômicos do país.

"Podemos construir um país com valores humanistas, onde o ser humano é respeitado", afirmou Babaryko durante o julgamento.

Ele disse ainda acreditar em "uma Belarus feliz, honesta e aberta".

Em agosto passado, Alexander Lukashenko foi reeleito para um quinto mandato com 80% dos votos, segundo os números oficiais. Nenhuma eleição organizada em Belarus desde sua chegada ao poder foi considerada justas por analistas independentes.


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