Na madrugada de 27 para 28 de setembro de 1994, a balsa Estônia, de 155 metros de comprimento, afundou em menos de meia hora na rota entre Tallin e Estocolmo, com 989 pessoas a bordo.
A catástrofe causou 852 vítimas, entre passageiros e tripulação, e suas causas continuam gerando debate 27 anos depois, principalmente entre os familiares das vítimas e os sobreviventes, que exigem uma nova investigação do ocorrido.
"O navio quebra-gelo estoniano EVA 316 e o navio de busca sueco ELECTRA partiram de seus respectivos portos e convergirão antes da meia-noite para exercícios conjuntos, a fim de garantir a segurança das equipes", disse nesta quinta-feira à AFP Jonas Bäckstrand, do escritório sueco de investigação de acidentes marítimos SHK.
"Os mergulhos de inspeção começarão amanhã", sexta-feira, em águas internacionais, informou.
Esta missão busca analisar a posição do navio no fundo do mar. Na primavera de 2022, provavelmente começará uma investigação mais profunda sobre o ocorrido, segundo SHK.
Em 1997, uma comissão de investigação internacional concluiu que houve uma falha no sistema de fechamento da porta de correr da proa, o que permitiu que a água entrasse mais rápido no convés reservado aos veículos.
Devido a um acordo entre Suécia, Estônia e Finlândia em 1995, a área do acidente foi declarada um "cemitério marinho", proibindo qualquer mergulho sobre os restos que jazem a 85 metros de profundidade e onde repousam vários cadáveres.
No entanto, um documentário divulgado em setembro de 2020 com imagens gravadas ilegalmente revelou a existência de um buraco de quatro metros no casco do navio, o que multiplicou novamente as dúvidas sobre as causas do naufrágio.
A Suécia se mostrou disposta a levantar a proibição de mergulhos na área e a autorizar novas inspeções no final de 2020. Em outubro, o primeiro-ministro da Estônia, Juri Ratas, pediu para reabrir o caso "o quanto antes".
Diversas hipóteses sobre as causas deste acidente circulam há anos como, por exemplo, uma colisão com um submarino ou uma explosão a bordo.
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