O Estado havia apelado em fevereiro ao setor privado para patrocinar esta aquisição no valor de 4,55 milhões de euros (cerca de 5,4 milhões de dólares).
Este "texto capital da crítica e da imaginação, polêmico e agora um clássico marcou profundamente muitos autores", declarou o ministério em um comunicado.
Sade escreveu sua controversa obra sadomasoquista em 1785, quando estava na prisão na Bastilha de Paris. Mas, desde então, este "rolo de papel" de 12 metros de comprimento teve um percurso acidentado.
"Provavelmente descoberto durante o saque da fortaleza da Bastilha ou sua demolição" durante a Revolução Francesa em 1789, ele desapareceu por mais de um século.
Posteriormente, foi comprado por um psiquiatra alemão, Iwan Bloch, que publicou o romance pela primeira vez em 1904.
Em 1929, um colecionador, Charles de Noailles, o adquiriu. Foi roubado de sua filha Nathalie por um editor que o vendeu em 1982 para um colecionador suíço, Gérard Nordmann. Foi então comprado de seus descendentes em 2014 por um empresário francês, Gérard Lhéritier.
Para evitar uma nova venda, a ministra da Cultura da época, Françoise Nyssen, classificou-o como "tesouro nacional" em 2017.
"O manuscrito será apresentado em um colóquio em 2022, que reunirá especialistas e intelectuais, com o objetivo de questionar a figura de Sade, a recepção de sua obra ao longo dos séculos e sua leitura hoje", informou o ministério.
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