Gritando principalmente "Pátria e vida", título de uma canção polêmica, mas também "Abaixo a ditadura!" e "Não temos medo", os manifestantes, em sua maioria jovens, caminharam pela cidade, segundo as imagens.
"Ai, meu Deus!", ouve-se uma mulher dizer enquanto a passeata passa por ela aos gritos de "Queremos liberdade" e insultos ao presidente Miguel Díaz-Canel.
San Antonio de los Baños é um pequeno município rural da província de Artemisa, vizinha de Havana, com cerca de 50 mil habitantes.
Desde o começo da pandemia do coronavírus, os cubanos são obrigados a esperar em longas filas para obter alimentos, uma situação que se somou ainda a uma grave escassez de medicamentos, o que gerou um mal-estar social generalizado.
Cuba registrou neste domingo mais um recorde de infecções por covid-19 em 24 horas, com 6.923 casos, em um total de 238.491, e de óbitos, com 47, totalizando 1.537.
A situação é especialmente tensa na província turística de Matanzas, localizada a 100 km de Havana, onde o alto número de infecções pode causar o colapso dos serviços de saúde.
Com hashtags como #SOSCuba, #SOSMatanzas e #SalvemosCuba, os pedidos de ajuda se multiplicam nas redes sociais, inclusive por artistas e famosos, além dos apelos ao governo para que o envio de doações do exterior seja facilitado.
No sábado, um grupo de oposição pediu a criação de "um corredor humanitário", iniciativa que o governo rapidamente descartou.
"Conceitos ligados a corredor humanitário e ajuda humanitária estão associados a zonas de conflito e não se aplicam a Cuba", disse o diretor de Assuntos Consulares e Atenção aos Cubanos Residentes no Exterior, Ernesto Soberón, em entrevista coletiva.
Soberón também denunciou "uma campanha" que visa "apresentar uma imagem de caos total no país que não corresponde à situação atual".
No entanto, a autoridade anunciou que o governo abrirá uma conta de e-mail na segunda-feira para agilizar as doações do exterior.
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