"Minha denúncia é contra essa gente que promove que o vírus se torne mais galopante, que é o que elas querem, e promovem através de uma série de manifestações ilegais", disse Giammattei durante visita ao departamento de Petén. A proibição será emitida nesta terça-feira, com a instauração do estado de prevenção, que permite ao governo usar a força para dissolver manifestações e reuniões.
O anúncio é feito no momento em que alguns países latino-americanos são afetados por crises políticas ou econômicas, em meio ao aumento dos casos de Covid-19 e à falta de alimentos.
"No Conselho de Ministros, iremos emitir um estado de prevenção a todo o país, em que iremos limitar esse tipo de coisa. Acho que já basta, foi suficiente", advertiu o presidente, de direita.
Giammattei se dirigia aos cidadãos que se reúnem aos sábados no centro da capital para pedir a sua renúncia, acusando-o de má gestão dos recursos destinados ao atendimento da pandemia, atraso na chegada de vacinas contra a Covid e falta de remédios nos hospitais, entre outras reivindicações.
A maior manifestação contra Giammattei ocorreu em novembro passado, quando um grupo de encapuzados incendiou parte do Congresso para rejeitar a aprovação do orçamento de 2021 que, segundo seus críticos, não contemplava os principais problemas do país, como pobreza e desnutrição infantil.
O vice-presidente Guillermo Castillo, que teve desacordos abertos com Giammattei sobre a direção do governo, disse que limitar os protestos "não é a solução" para a pandemia.
"Quando você constrói confiança, as manifestações não devem ser motivo de preocupação", disse Castillo.
"A manifestação é um direito da cidadania. O governo guatemalteco continua com a intenção de restringir direitos implementando estados de exceção. Mais uma vez fica claro que não há capacidade de governar sem restringir", declarou o ombusdman, Jordán Rodas, sobre a advertência do presidente.
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